Jornal Madeira

Vinho Madeira com quebra de quatro milhões

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

Tal como sucedeu um pouco em todos os setores, também o Vinho Madeira não saiu ileso da pandemia, com uma quebra de vendas em 2020 que rendeu uma receita 21,6% inferior ao ano anterior. Ou seja, ao longo de 2019, foram faturados 18,6 milhões de euros, resultante­s de 3.162.397 litros, enquanto no ano marcado pela covid-19 ficou-se por 14,6 milhões de euros, derivados de 2.623.683 litros. Sintetizan­do-se, temos uma quebra de 17% em litros (-539.254) e dos tais 21,6% em valor.

Antes de esmiuçar os destinos que mais oscilaram, exalte-se que não houve quebra de produção e toda a ‘colheita foi absorvida’, pelo que na prática o stock terá aumentado, aguardando por melhores dias.

A quebra era, de resto, expectável e basta perceber que o tráfego de passageiro­s no Aeroporto da Madeira diminuiu 63,6% em 2020, face ao ano anterior, para ajudar a explicar este fenómeno de quebra da venda do vinho logo em território regional, que rendeu menos 55,6% (-53,8% no todo nacional), em comparação com 2019.

Foi, de resto, no País que se deu a quebra mais drástica, com menos 336.080 litros transacion­ados. No nicho específico da exportação, o maior ‘tombo’ vem dos Estados Unidos, um mercado que estava em clara expansão e que sofreu uma quebra de 41,4%. No ranking de quedas, completam o pódio a Holanda (-23,8%) e o Japão (-22,1%).

Por ‘rubricas’, a maior quebra chega, então, do todo nacional, com -53.8%, seguindo-se ‘outros países’, com -21,3%, e a União Europeia, que foi a menos abalada, com apenas -2,3%. Esta pequena quebra comunitári­a justifica-se porque se houve um claro decréscimo em vários países, outros surgiram para contrabala­nçar em termos percentuai­s de valores, com expoente máximo na Suécia, que cresceu 34,6%, ou mesmo a boa surpresa provenient­e de França, que subiu 7,5%, num valor que ascendeu a três milhões de euros de vendas.

Enorme cresciment­o registou também a China, outra aposta forte, que ao contrário dos Estados Unidos não condiciono­u a importação de Vinho Madeira pela covid. No total, os chineses subiram 53,9%, fruto dos 58.776 litros comprados, num montante de 748.921 euros.

Variações à parte, os maiores consumidor­es, em valores e por ordem decrescent­e, foram a França (20,6% das vendas), seguida dos Estados Unidos (11,9%), da Madeira (11,0%), Reino Unido (9,9%), Japão (7,8%) e Alemanha (7,6%), todos acima do milhão de euros. Um ‘top6’ que valeu 68,8% de toda a venda.

Do total comerciali­zado, 70,0% foi vinho engarrafad­o, vendido em média a 6,80 euros/lt (7,02 euros/ lt em 2019). O restante vinho foi vendido a granel ao preço médio de 2,67 euros/lt (igual a 2019). As estatístic­as da DREM, desde 1976, indicam que a quantidade de 2020 foi a mais reduzida desde aquele ano, enquanto o valor de primeira venda, sem descontar a inflação, foi o mais baixo dos últimos 11 anos.

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