“Dia muito importante para a Madeira”
A Madeira vai passar a ter o seu próprio cabo de telecomunicações. Do “mais avançado que existe”. Miguel Albuquerque visitou ontem os trabalhos de instalação que deverão estar concluídos já em maio.
Miguel Albuquerque disse que o dia de ontem era “muito importante para a Madeira” porque marcava “uma nova etapa nas telecomunicações”.
Na Praia Formosa, durante a visita ao local onde está a ser instalado o novo cabo submarino de telecomunicações e que ligará a Madeira e Portugal Continental (em Sines), o presidente do Governo Regional disse aos jornalistas que esta conexão digital “é tão importante como é a acessibilidade aérea ou marítima”.
Começando por lembrar que, quando chegou ao Governo, em 2015, a conexão digital estava entregue a uma empresa privada e que esta tinha toda a ligação estratégica digital do arquipélago, Albuquerque referiu que esta era “uma situação extremamente prejudicial para a Região” e “altamente lesiva do ponto de vista estratégico e mesmo da própria autonomia política da Região”.
Aliás, foi a partir daí que, recorda, foram feitos contactos com a EMACOM - da Empresa de Eletricidade da Madeira - "no sentido de garantir uma conexão por cabo que fosse da Região, pública, e que garantisse que essa conexão fosse do mais avançado que pudesse existir".
Assim aconteceu e agora agradece o trabalho das empresas envolvidas no processo, entre as quais a Empresa de Eletricidade da Madeira.
Capacidade de 30Tbps
A respeito deste novo sistema ótico submarino, o presidente da Empresa de Eletricidade da Madeira, Rui Rebelo, explicou que esta nova conetividade da Madeira com o continente é "uma oportunidade de fazer uma abertura das telecomunicações da Região ao exterior" e que vai "permitir uma maior competitividade entre os operadores de telecomunicações".
"Tudo isto vai servir o novo conceito de transição digital", considerou, salientando que "este cabo vai potencializar o estabelecimento de novas tecnologias, nomeadamente as novas redes móveis 5G, ecossistemas, OT e também centros de investigação e desenvolvimento, proporcionando ligações entre os nossos centros de investigação e inovação com os centros do continente".
Com uma capacidade de 30Tbps por segundo, este cabo tem um "horizonte temporal enorme" e um tempo de vida útil estimado em 30-40 anos, previu o responsável.
De salientar que esta ligação por cabo entre a Madeira e o continente português totaliza cerca de 1.100 quilómetros, sendo realizada por uma derivação, entre a ECS (Estação de Cabos Submarinos) do Amparo e a respetiva unidade de derivação BU5 que interligará ao cabo submarino principal a cerca de 80 quilómetros da costa.
Recorde-se que o traçado terrestre em fibra ótica entre a ECS e a Praia Formosa conta com dois quilómetros de extensão e foi implementado em dezembro passado, em simultâneo com as obras de reforço do paredão da Praia Formosa e da construção do cabeção que serve de ‘interface’ com a componente submarina do cabo.
A sua construção está a ser realizada pela empresa ASN – Alcatel Submarine Networks e deverá estar concluída já no próximo mês de maio.
Para o Governo Regional, representa um investimento de 15,1 milhões de euros.