Agricultor troca cerejas por anonas e consegue frutos com mais de 2 Kg
Cansado de assistir à degradação das cerejeiras, Manuel Tomé decidiu investir na produção da anona. A espécie adaptou-se bem às zonas altas do Jardim da Cereja e surpreendeu o agricultor com frutos que chegam a ter mais de 2 kg.
“Nos últimos anos, tem morrido muita cerejeira. Esta árvore precisa de entre 200 a 300 horas de temperaturas abaixo dos 10 graus no Inverno. Na falta de chuva e frio, muitas têm morrido”, explica.
Para além destes problemas, a produção de cereja enfrenta atualmente a questão da falta de mão-de-obra para a apanha do fruto, um processo moroso e difícil que acarreta alguns riscos, dada a altura das árvores.
Perante este cenário, Manuel Tomé decidiu há alguns anos plantar três anoneiras e esperar pelo resultado. O sucesso da opção levou-o este ano a cortar as cerejeiras e avançar com a plantação de cem anoneiras.
“O Jardim da Serra não são só cerejas. Há muita coisa nova a ser plantada cá. Entre as espécies que começam a ser aposta está a pêra abacate”, observa o agricultor.
A aposta de Manuel Tomé surge em bom momento. No ano passado, Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, deu conta do cresci
Cultura remonta a 2.500 ac.
A Anona da Madeira ostenta, desde 2000, o estatuto de Denominação de Origem Protegida, concedido pela União Europeia.
Foi a primeira fruta produzida na Região a receber este grau de proteção internacional, passando a estar protegida em todo o espaço comunitário contra qualquer usurpação e beneficiando de um reconhecimento de qualidade superior que abriu novas oportunidades comerciais para os segmentos de mercado mais exigentes.
Reza a história que a cultura da anoneira remonta a 2.500 ac., quando já seria praticada pelos povos pré-incas
Porém, o fruto só terá chegado à Europa séculos mais tarde, tendo sido cultivada na Ilha da Madeira, segundo Carlos Azevedo Menezes na obra "Elucidário Madeirense", desde "remota data".