Jornal Madeira

Agricultor troca cerejas por anonas e consegue frutos com mais de 2 Kg

- Por Patrícia Gaspar patricia.gaspar@jm-madeira.pt

Cansado de assistir à degradação das cerejeiras, Manuel Tomé decidiu investir na produção da anona. A espécie adaptou-se bem às zonas altas do Jardim da Cereja e surpreende­u o agricultor com frutos que chegam a ter mais de 2 kg.

“Nos últimos anos, tem morrido muita cerejeira. Esta árvore precisa de entre 200 a 300 horas de temperatur­as abaixo dos 10 graus no Inverno. Na falta de chuva e frio, muitas têm morrido”, explica.

Para além destes problemas, a produção de cereja enfrenta atualmente a questão da falta de mão-de-obra para a apanha do fruto, um processo moroso e difícil que acarreta alguns riscos, dada a altura das árvores.

Perante este cenário, Manuel Tomé decidiu há alguns anos plantar três anoneiras e esperar pelo resultado. O sucesso da opção levou-o este ano a cortar as cerejeiras e avançar com a plantação de cem anoneiras.

“O Jardim da Serra não são só cerejas. Há muita coisa nova a ser plantada cá. Entre as espécies que começam a ser aposta está a pêra abacate”, observa o agricultor.

A aposta de Manuel Tomé surge em bom momento. No ano passado, Miguel Albuquerqu­e, presidente do Governo Regional da Madeira, deu conta do cresci

Cultura remonta a 2.500 ac.

A Anona da Madeira ostenta, desde 2000, o estatuto de Denominaçã­o de Origem Protegida, concedido pela União Europeia.

Foi a primeira fruta produzida na Região a receber este grau de proteção internacio­nal, passando a estar protegida em todo o espaço comunitári­o contra qualquer usurpação e benefician­do de um reconhecim­ento de qualidade superior que abriu novas oportunida­des comerciais para os segmentos de mercado mais exigentes.

Reza a história que a cultura da anoneira remonta a 2.500 ac., quando já seria praticada pelos povos pré-incas

Porém, o fruto só terá chegado à Europa séculos mais tarde, tendo sido cultivada na Ilha da Madeira, segundo Carlos Azevedo Menezes na obra "Elucidário Madeirense", desde "remota data".

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Manuel Tomé dedicou-se à produção de anona e a espécie adaptou-se bem.

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