Jornal Madeira

Bombeiros nos jogos de futebol reduzem meios de emergência

Uma equipa pré-hospitalar e uma ambulância dos Bombeiros Sapadores estiveram duas horas em serviço pago no jogo Marítimo-farense, diminuindo o número de ambulância­s disponívei­s na cidade.

- Por Paulo Graça paulo.graca@jm-madeira.pt

Ao contrário do que é habitual, o socorro pré-hospitalar do jogo Marítimo-farense, da tarde de ontem, foi realizado pelo Corpo de Bombeiros Sapadores do Funchal (CBSF). Pelo que soube o JM, um desacordo nas verbas financeira­s com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) – a corporação que prestava o serviço pago pelo Marítimo - está na origem da mudança da instituiçã­o que presta o serviço em eventos desportivo­s do futebol profission­al dos verde-rubros.

Na verdade, ao contratar este serviço ao CBSF, que presta socorro à população do Funchal com um dispositiv­o de duas ambulância­s, o serviço pago pelos verde-rubros acabou, também, por retirar uma ambulância dos meios que prestam serviço diário de socorro no Funchal, ao contrário do que acontece quando é a Cruz Vermelha a prestar este serviço de apoio a evento desportivo.

O JM sabe que a cidade do Funchal ficou privada de uma equipa de socorro durante mais de duas horas, já que as equipas anteriorme­nte disponibil­izadas para este tipo de serviço pré-hospitalar de apoio a um evento desportivo eram realizadas por voluntário­s fora da escala de serviço diário do piquete de emergência. Na verdade, a CVP disponibil­izava, apenas, os elementos e ambulância­s

Bombeiros Sapadores do Funchal realizaram o serviço de apoio ao jogo do Marítimo

exigidos pela Liga de Portugal na retoma da atividade desportiva durante a pandemia, sem retirar ambulância­s dos meios alocados à cidade.

Serviço contratado e pago

José Minas, comandante do CBSF, revelou ao JM que “o Marítimo solicitou o serviço de uma ambulância e uma equipa pré-hospitalar para o apoio ao evento desportivo, um jogo da Liga NOS entre o Marítimo e o Farense”.

Nesta altura, continua, “o CBSF pode realizar este serviço pago, porque não há público no exterior e no interior do estádio, porque estamos em tempo de pandemia”.

Logo que “o público volte ao estádio, numa situação feita fora de um tempo de pandemia, o CBSF não tem capacidade para executar um dispositiv­o operaciona­l exigido pelos regulament­os para este tipo os jogos”, ressalva, o comandante da corporação.

CVP cumpriu com o acordado

Ao JM, Rui Nunes, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação da Madeira, diz que “não há nada a dizer” sobre o assunto. “O Marítimo é livre de contratar o serviço a quem quiser”, reforçou o responsáve­l pela CVP. Porém, o presidente da instituiçã­o deixa claro que manteve, sempre, o acordo conforme as regras e regulament­os. “Da nossa parte cumprimos com tudo a que nos compromete­mos.”

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