Bombeiros nos jogos de futebol reduzem meios de emergência
Uma equipa pré-hospitalar e uma ambulância dos Bombeiros Sapadores estiveram duas horas em serviço pago no jogo Marítimo-farense, diminuindo o número de ambulâncias disponíveis na cidade.
Ao contrário do que é habitual, o socorro pré-hospitalar do jogo Marítimo-farense, da tarde de ontem, foi realizado pelo Corpo de Bombeiros Sapadores do Funchal (CBSF). Pelo que soube o JM, um desacordo nas verbas financeiras com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) – a corporação que prestava o serviço pago pelo Marítimo - está na origem da mudança da instituição que presta o serviço em eventos desportivos do futebol profissional dos verde-rubros.
Na verdade, ao contratar este serviço ao CBSF, que presta socorro à população do Funchal com um dispositivo de duas ambulâncias, o serviço pago pelos verde-rubros acabou, também, por retirar uma ambulância dos meios que prestam serviço diário de socorro no Funchal, ao contrário do que acontece quando é a Cruz Vermelha a prestar este serviço de apoio a evento desportivo.
O JM sabe que a cidade do Funchal ficou privada de uma equipa de socorro durante mais de duas horas, já que as equipas anteriormente disponibilizadas para este tipo de serviço pré-hospitalar de apoio a um evento desportivo eram realizadas por voluntários fora da escala de serviço diário do piquete de emergência. Na verdade, a CVP disponibilizava, apenas, os elementos e ambulâncias
Bombeiros Sapadores do Funchal realizaram o serviço de apoio ao jogo do Marítimo
exigidos pela Liga de Portugal na retoma da atividade desportiva durante a pandemia, sem retirar ambulâncias dos meios alocados à cidade.
Serviço contratado e pago
José Minas, comandante do CBSF, revelou ao JM que “o Marítimo solicitou o serviço de uma ambulância e uma equipa pré-hospitalar para o apoio ao evento desportivo, um jogo da Liga NOS entre o Marítimo e o Farense”.
Nesta altura, continua, “o CBSF pode realizar este serviço pago, porque não há público no exterior e no interior do estádio, porque estamos em tempo de pandemia”.
Logo que “o público volte ao estádio, numa situação feita fora de um tempo de pandemia, o CBSF não tem capacidade para executar um dispositivo operacional exigido pelos regulamentos para este tipo os jogos”, ressalva, o comandante da corporação.
CVP cumpriu com o acordado
Ao JM, Rui Nunes, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação da Madeira, diz que “não há nada a dizer” sobre o assunto. “O Marítimo é livre de contratar o serviço a quem quiser”, reforçou o responsável pela CVP. Porém, o presidente da instituição deixa claro que manteve, sempre, o acordo conforme as regras e regulamentos. “Da nossa parte cumprimos com tudo a que nos comprometemos.”