Humidade em caixas da Pfizer geraram problemas na vacinação
A campanha de vacinação contra a covid-19 foi ontem interrompida na Madeira, porque as embalagens das vacinas entregues apresentaram sinais de humidade externa.
Depois da notícia avançada em primeira mão pelo JM na sua edição online, ontem, ao início da tarde, as autoridades regionais de saúde confirmavam e avançavam oficialmente com a “suspensão” do programa de vacinação contra a covid-19 no Madeira Tecnopolo. Tudo aconteceu devido a problemas com um lote de vacinas da Pfizer, um lote que tinha acabado de chegar à RAM e que acabou por provocar um verdadeiro “caos” no programa de vacinação agendado para esta segunda-feira.
Numa nota enviada à redação pelas autoridades de saúde regionais, alguns minutos depois de o JM anunciar a suspensão da vacinação, era confirmado que a interrupção se deveu ao facto “de 2 das 5 embalagens das vacinas entregues” ontem, na farmácia do Hospital Dr. Nélio Mendonça, apresentarem “sinais de humidade externa”. Face a esta situação, a farmácia hospitalar comunicou de imediato a Pfizer e recebeu indicações para não utilizar as vacinas. Com isto, as filas e a insatisfação dos utentes foi imediata.
Ao JM, diversas pessoas que se encontravam no Tecnopolo deram conta da sua insatisfação face ao enorme atraso no seu atendimento, ao contrário dos dias anteriores em que o processo tem decorrido sem complicações.
Enquanto não existia a retoma no programa de vacinação, os enfermeiros do centro de vacinação estiveram a avisar os utentes do sucedido e a dar a indicação de que podiam regressar a casa. Estiveram, ainda, a providenciar água às pessoas que se encontravam na fila, alguns dos quais desde as 11 horas, para além de que eram também muitos os utentes que esperavam ao sol.
Ainda assim, no centro de vacinação do Funchal, várias versões estiveram a ser adiantadas pelos responsáveis pela vacinação, que indicavam que quem quisesse podia ficar a aguardar pela vacina, caso contrário deveria apenas voltar na próxima quinta- feira ou reagendar uma nova data.
Secretário revela novo plano
Pedro Ramos, secretário regional de Saúde e Proteção Civil, revelou poucas horas depois que a vacinação iria ser retomada após um percalço nas embalagens de duas das cinco caixas que transportavam as doses da vacina Pfizer.
“Três caixas não têm qualquer tipo de dano e podem ser rapidamente utilizadas. Em relação às outras duas, como as temperaturas se mantêm”, a situação pode ser desbloqueada a qualquer momento, dependendo da autorização da empresa da Pfizer responsável pelo transporte das vacinas.
Constata adianta o governante que o “papelão amoleceu, porque as caixas estavam com água”, mas que o incidente se verificou “apenas na zona da pega” não influenciando a temperatura interior.
Pedro Ramos revelou, ainda, que até dia 20 a Madeira vai receber “7.000 doses da Astrazeneca, para completar as 17.650” vacinas que vão ser integradas no processo de vacinação no dia 1 junho.
A vacinação foi, entretanto, retomada ontem no Funchal e em Machico, mas foi adiada para domingo a que estava preparada para a Ribeira Brava.