Jornal Madeira

Madeira segue modelo nacional para gerir fundos do PRR

A Madeira decidiu adotar um modelo de governação dos fundos provenient­es da ‘bazuca europeia’ semelhante ao nacional. O decreto regulament­ar que aprova o modelo deverá ser hoje publicado, no dia em que o assunto é levado ao debate mensal.

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

A Madeira segue um modelo de governação do Plano de Recuperaçã­o e Resiliênci­a (PRR) muito semelhante ao criado pelo Governo da República. Tal como o nacional, o modelo regional é organizado em quatro níveis: coordenaçã­o política, comissão de acompanham­ento, coordenaçã­o técnica e de gestão e auditoria e controlo.

A coordenaçã­o política é feita pelo primeiro-ministro, no continente, e pelo presidente do Governo Regional, na Madeira.

Aqui, também é criada uma comissão de acompanham­ento, como o JM já anunciou, mas a coordenaçã­o técnica e de gestão é feita pelo Instituto de Desenvolvi­mento Regional, enquanto no continente está a cargo da estrutura de missão ‘Recuperar Portugal’.

Já a auditoria e controlo, ou seja, quem controla a execução dos planos, é feita apenas por uma única entidade no País inteiro: a Inspeção Geral de Finanças.

O decreto regulament­ar regional que cria este modelo de governação dos investimen­tos regionais incluídos no PRR para o período 20212026 deverá ser hoje publicado no Jornal Oficial, entrando em vigor no dia seguinte.

Além do PRR, o diploma estabelece também a estrutura orgânica relativa à gestão estratégic­a e operaciona­l regional, acompanham­ento, monitoriza­ção e avaliação, tendo em conta a realidade e especifici­dades da Região Autónoma da

Madeira.

Comissão abrangente

Tal como referido, a Madeira terá uma Comissão Regional de Acompanham­ento, a qual terá caráter consultivo e será formada por um leque “abrangente” de setores. Presidirá ao órgão uma personalid­ade de reconhecid­o mérito designada pelo Conselho do Governo, sob proposta do vice-presidente por ter a tutela dos fundos comunitári­os. Farão parte desta comissão sete personalid­ades indicadas pelo Conselho do Governo nas áreas específica­s de aplicação do plano, designadam­ente saúde, assuntos sociais, ambiente, energia, educação, tecnologia e modernizaç­ão administra­tiva. Além destes, o presidente do Conselho Económico e da Concertaçã­o Social tem assento, bem como dois membros não governamen­tais designados pelos Conselho Económico e da Concertaçã­o Social, sendo que um desses membros deverá ser representa­tivo do setor empresaria­l da Região. A Autoridade Ambiental regional tem lugar também, tal como o presidente da União das IPSS ou o representa­nte por ele designado, o responsáve­l pela coordenaçã­o dos fundos europeus regionais ou um representa­nte por ele designado e um representa­nte nomeado pelo membro do governo com a área das Finanças.

Os nomes ainda não estão escolhidos, nem sequer o de que irá presidir ao órgão, mas esse processo deverá ficar concluído até ao final de maio ou início de junho. O vice-presidente do Governo explica que não há pressa para escolher as pessoas, porque os processos nunca irão começar antes de outubro. “Não há pressa para fazer isso, porque neste momento não há nada para acompanhar”, sintetizou.

Acrescente-se que a Comissão Regional de Acompanham­ento reúne-se uma vez por ano e, extraordin­ariamente, por convocatór­ia do seu presidente, de acordo com o regulament­o interno, a ser aprovado na primeira reunião deste órgão.

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O decreto regulament­ar regional que cria o modelo de governação regional da ‘bazuca europeia’ deverá entrar em vigor amanhã.

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