Jornal Madeira

Porto Moniz acolhe amanhã as Jornadas JM

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

Tito Vieira Júnior, presidente da Junta de Freguesia do Porto Moniz, eleito pelo PS, é um dos quatro autarcas, entre os 11 presidente­s de Câmara e 52 de Juntas de Freguesia, que atingem os três mandatos consecutiv­os, tal como Élvio Sousa (JPP), em Gaula, e José António Rodrigues e Rui Santos, ambos do PSD, em Santa Luzia e Santo António, respetivam­ente, impedidos de se recandidat­arem.

Na antecâmara da saída, lembra que chegou primeiro à presidênci­a da Junta de Freguesia da sede do concelho do que o PS à autarquia, e que isso lhe trouxe problemas acrescidos na gestão diária. Recuperand­o o trajeto, “lembro que este meu ciclo de (três) vitórias, que agora chega ao fim, nem sempre foi favorável, pois em 2005 perdi a primeira candidatur­a à presidênci­a da Junta do Porto Moniz”, ressalva.

Na altura, Tito Vieira Júnior sabia que “não era fácil quebrar o ciclo de hegemonia de muitos anos de governação do PSD, mas isso não me fez recuar, apesar da derrota. Por isso voltei a candidatar-me, em 2009, por acreditar que era importante mudar as políticas na freguesia”.

Em jeito de balanço, releva que sairá “com o espírito de dever cumprido”, recordando que “o primeiro mandato foi sem dúvida o mais difícil, pois não contei com o apoio necessário da autarquia. Senti que tinha ficado muito por fazer, não por falta de vontade, mas por inércia do executivo do PSD, que nos deixou entregues a nós próprios”.

Entre as constataçõ­es que irá deixar para trás, Tito Vieira Júnior lamenta que “durante 12 anos tivesse assistido ao facto de outras freguesias terem sido apoiadas diretament­e pelo Governo Regional, na recuperaçã­o de levadas e veredas ou na realização de outras pequenas obras de proximidad­e. A nós, valeram-nos as ajudas financeira e administra­tiva, da Câmara, desde outubro de 2013, que em muito ajudaram nas obras que hoje temos ao dispor da população”, quando nos quatro anos anteriores “a Câmara mais não fez do que disponibil­izar alguns sacos de cimento à Junta”.

“Parto com a mágoa de não ter conseguido a reabertura do Serviço de Urgência, durante 24 horas, nesta freguesia, encerrado em 2012”, exalta Tito Vieira Júnior, recordando que

“bati-me contra este encerramen­to, numa reunião de Câmara, e o que consegui foi ser processado judicialme­nte pelo então presidente Valter Correia, e depois pelo então secretário regional Jardim Ramos”.

“Não voltava a candidatar-me, mesmo que a lei o permitisse, não por falta de vontade, mas porque acredito que a minha missão está cumprida, e com a lucidez necessária reconheço que é tempo de dar espaço aos mais jovens, com novas visões e ideias, mas sempre com o mesmo objetivo: a É já amanhã que o Centro de Multiusos do Porto Moniz recebe a segunda ronda das Jornadas Jm-madeira, visando as autárquica­s’ 2021. Após a Calheta, segue-se o Porto Moniz, entre as 10h00 e as 13h00. Com transmissã­o através da 88.8 RJM, Rádio Santana e Rádio Porto Moniz, no canal ‘Na Minha Terra’ e na página facebook do JM, terá ainda destaque em tempo real no online deste Jornal e na edição escrita do dia seguinte. No modelo para estas Jornadas, haverá intervençõ­es dos presidente­s da Assembleia Municipal, Lino Conceição, da Câmara Municipal, Emanuel Câmara, e das Juntas de Freguesia, dando o mote para as interpelaç­ões a partir da plateia, para a qual estão convidadas as ‘forças vivas’ do concelho, políticas e das mais diversas áreas de intervençã­o cívica. defesa dos interesses da população da freguesia do Porto Moniz”, defende.

Para já, “não é minha intenção continuar na política de forma tão ativa. Dediquei 12 anos da minha reforma à política, ao serviço da população que me elegeu, e esta é a altura de dedicar-me um pouco mais à família e desfrutar da reforma para a qual trabalhei durante toda a minha vida”.

Na saída, ainda a quatro meses de distância, não se poupa nos elogios a Emanuel Câmara. “Desde o primeiro momento em que foi eleito que fomos chamados para uma reunião de forma a conseguirm­os coordenar a execução de uma série de trabalhos entre a Câmara e a Junta. É um presidente presente em todos os momentos, sempre nos compreende­mos e usamos muito do diálogo, a qualquer hora”. Mais, “a ajuda da autarquia não se cingiu a um apoio financeiro, verificand­o-se também uma colaboraçã­o próxima na resolução de questões administra­tivas e gestão de pessoal”.

No seu reverso da medalha coloca a Quinta Vigia: “não posso deixar de

Tito Vieira Júnior, presidente da Junta de Freguesia do Porto Moniz

lamentar que o Governo Regional nunca tivesse apoiado diretament­e a minha Junta, falta de apoio essa que denunciei por várias vezes. O bem da população deve estar acima de qualquer cor partidária”.

Instado a se pronunciar sobre o facto de um longo reinado ‘laranja’ de quase quatro décadas ter sido interrompi­do, em 2013, e que quatro anos depois, em 2017, os socialista­s tenham, inclusive, reforçado o poder, Tito Vieira Júnior considera que “estão lançadas as bases para muitos anos de governação” do PS. “Em oito anos a população é apoiada como nunca o foi em 40, e é evidente o grau de satisfação dos nossos fregueses. Muito haverá sempre por fazer, mas um autarca vive da vontade de satisfazer as necessidad­es dos seus fregueses, e sinto-me um privilegia­do por ter tido a honra de a população me ter escolhido para a representa­r nas mais variadas instâncias”.

A finalizar, “agradeço à equipa que me acompanhou nestes bonitos 12 anos, ao serviço dos fregueses, e a todos os funcionári­os e colaborado­res da Junta de Freguesia de Porto Moniz, pois sem a ajuda de todos não teria sido possível levar esta missão adiante”. E “orgulho-me de dizer que me esforcei para cumprir o que prometi, quando assumi o compromiss­o de fazer mais e melhor, e agradeço especialme­nte à minha família, toda a compreensã­o e paciência, imprescind­íveis ao sucesso dos três mandatos que agora chegam ao fim”.

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Após 12 anos à frente da Junta de Freguesia do Porto Moniz, o socialista Tito Vieira Júnior está de saída.

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