Porto Moniz acolhe amanhã as Jornadas JM
Tito Vieira Júnior, presidente da Junta de Freguesia do Porto Moniz, eleito pelo PS, é um dos quatro autarcas, entre os 11 presidentes de Câmara e 52 de Juntas de Freguesia, que atingem os três mandatos consecutivos, tal como Élvio Sousa (JPP), em Gaula, e José António Rodrigues e Rui Santos, ambos do PSD, em Santa Luzia e Santo António, respetivamente, impedidos de se recandidatarem.
Na antecâmara da saída, lembra que chegou primeiro à presidência da Junta de Freguesia da sede do concelho do que o PS à autarquia, e que isso lhe trouxe problemas acrescidos na gestão diária. Recuperando o trajeto, “lembro que este meu ciclo de (três) vitórias, que agora chega ao fim, nem sempre foi favorável, pois em 2005 perdi a primeira candidatura à presidência da Junta do Porto Moniz”, ressalva.
Na altura, Tito Vieira Júnior sabia que “não era fácil quebrar o ciclo de hegemonia de muitos anos de governação do PSD, mas isso não me fez recuar, apesar da derrota. Por isso voltei a candidatar-me, em 2009, por acreditar que era importante mudar as políticas na freguesia”.
Em jeito de balanço, releva que sairá “com o espírito de dever cumprido”, recordando que “o primeiro mandato foi sem dúvida o mais difícil, pois não contei com o apoio necessário da autarquia. Senti que tinha ficado muito por fazer, não por falta de vontade, mas por inércia do executivo do PSD, que nos deixou entregues a nós próprios”.
Entre as constatações que irá deixar para trás, Tito Vieira Júnior lamenta que “durante 12 anos tivesse assistido ao facto de outras freguesias terem sido apoiadas diretamente pelo Governo Regional, na recuperação de levadas e veredas ou na realização de outras pequenas obras de proximidade. A nós, valeram-nos as ajudas financeira e administrativa, da Câmara, desde outubro de 2013, que em muito ajudaram nas obras que hoje temos ao dispor da população”, quando nos quatro anos anteriores “a Câmara mais não fez do que disponibilizar alguns sacos de cimento à Junta”.
“Parto com a mágoa de não ter conseguido a reabertura do Serviço de Urgência, durante 24 horas, nesta freguesia, encerrado em 2012”, exalta Tito Vieira Júnior, recordando que
“bati-me contra este encerramento, numa reunião de Câmara, e o que consegui foi ser processado judicialmente pelo então presidente Valter Correia, e depois pelo então secretário regional Jardim Ramos”.
“Não voltava a candidatar-me, mesmo que a lei o permitisse, não por falta de vontade, mas porque acredito que a minha missão está cumprida, e com a lucidez necessária reconheço que é tempo de dar espaço aos mais jovens, com novas visões e ideias, mas sempre com o mesmo objetivo: a É já amanhã que o Centro de Multiusos do Porto Moniz recebe a segunda ronda das Jornadas Jm-madeira, visando as autárquicas’ 2021. Após a Calheta, segue-se o Porto Moniz, entre as 10h00 e as 13h00. Com transmissão através da 88.8 RJM, Rádio Santana e Rádio Porto Moniz, no canal ‘Na Minha Terra’ e na página facebook do JM, terá ainda destaque em tempo real no online deste Jornal e na edição escrita do dia seguinte. No modelo para estas Jornadas, haverá intervenções dos presidentes da Assembleia Municipal, Lino Conceição, da Câmara Municipal, Emanuel Câmara, e das Juntas de Freguesia, dando o mote para as interpelações a partir da plateia, para a qual estão convidadas as ‘forças vivas’ do concelho, políticas e das mais diversas áreas de intervenção cívica. defesa dos interesses da população da freguesia do Porto Moniz”, defende.
Para já, “não é minha intenção continuar na política de forma tão ativa. Dediquei 12 anos da minha reforma à política, ao serviço da população que me elegeu, e esta é a altura de dedicar-me um pouco mais à família e desfrutar da reforma para a qual trabalhei durante toda a minha vida”.
Na saída, ainda a quatro meses de distância, não se poupa nos elogios a Emanuel Câmara. “Desde o primeiro momento em que foi eleito que fomos chamados para uma reunião de forma a conseguirmos coordenar a execução de uma série de trabalhos entre a Câmara e a Junta. É um presidente presente em todos os momentos, sempre nos compreendemos e usamos muito do diálogo, a qualquer hora”. Mais, “a ajuda da autarquia não se cingiu a um apoio financeiro, verificando-se também uma colaboração próxima na resolução de questões administrativas e gestão de pessoal”.
No seu reverso da medalha coloca a Quinta Vigia: “não posso deixar de
Tito Vieira Júnior, presidente da Junta de Freguesia do Porto Moniz
lamentar que o Governo Regional nunca tivesse apoiado diretamente a minha Junta, falta de apoio essa que denunciei por várias vezes. O bem da população deve estar acima de qualquer cor partidária”.
Instado a se pronunciar sobre o facto de um longo reinado ‘laranja’ de quase quatro décadas ter sido interrompido, em 2013, e que quatro anos depois, em 2017, os socialistas tenham, inclusive, reforçado o poder, Tito Vieira Júnior considera que “estão lançadas as bases para muitos anos de governação” do PS. “Em oito anos a população é apoiada como nunca o foi em 40, e é evidente o grau de satisfação dos nossos fregueses. Muito haverá sempre por fazer, mas um autarca vive da vontade de satisfazer as necessidades dos seus fregueses, e sinto-me um privilegiado por ter tido a honra de a população me ter escolhido para a representar nas mais variadas instâncias”.
A finalizar, “agradeço à equipa que me acompanhou nestes bonitos 12 anos, ao serviço dos fregueses, e a todos os funcionários e colaboradores da Junta de Freguesia de Porto Moniz, pois sem a ajuda de todos não teria sido possível levar esta missão adiante”. E “orgulho-me de dizer que me esforcei para cumprir o que prometi, quando assumi o compromisso de fazer mais e melhor, e agradeço especialmente à minha família, toda a compreensão e paciência, imprescindíveis ao sucesso dos três mandatos que agora chegam ao fim”.