PS quer Programa Regional de Saúde Mental Escolar
O PS vai apresentar hoje um projeto de resolução que visa a criação do Programa Regional de Saúde Mental Escolar, por considerar que a pandemia tem desencadeado diversos problemas psicológicos nos jovens.
O grupo parlamentar do Ps-madeira vai apresentar hoje, em plenário no parlamento madeirense, um projeto de resolução que recomenda ao Governo Regional a criação de um Programa de Saúde Mental Escolar. A ideia é que este programa surja numa parceria e articulação entre a Educação, as diversas entidades de Saúde, a Segurança Social e outras instituições que trabalham com esta problemática junto dos mais jovens.
Esta tem sido uma medida defendida pelos socialistas há algum tempo e que, defende o deputado Rui Caetano, deve ser posta em prática rapidamente, justificando a urgência com o que têm revelado vários estudos, de que “as crianças e os jovens fazem parte do grupo de cidadãos que mais está a sofrer ao nível psicológico e que maiores dificuldades têm apresentado na forma de lidar com as consequências da pandemia da covid -19, desencadeando problemas do foro da saúde mental".
"Não basta demonstrar a nos
Rui Caetano apresenta vários argumentos para a criação do Programa Regional de Saúde Mental Escolar.
sa preocupação nem nos lamentarmos perante esta difícil realidade, muito complexa de gerir e de tratar, que atinge imensas famílias madeirenses”. Rui Caetano lembra que é na escola que as crianças e
os jovens passam a maior parte do seu tempo e onde existe um maior contacto com as famílias. Por isso, o PS pretende que a Secretaria Regional de Educação, em cooperação com outras entidades, “assuma a
responsabilidade de implementar um Programa Regional de Saúde Mental Escolar como forma de dar uma resposta consistente, articulada e mais eficiente nesta matéria”.
“A nova realidade criada pela pandemia, agravada pelas dificuldades do contexto social, precisa de uma intervenção célere e especializada junto das crianças e dos jovens, em idade escolar”, sustentou Rui Caetano, lembrando que a Organização Mundial de Saúde tem alertado os decisores políticos para esta problemática.
“O isolamento social, o desemprego dos pais, os problemas com os familiares emigrados, a existência dos casos de infeção nas escolas, o confinamento em casa, a situação de contágios entre os colegas mais próximos e o regresso posterior à escola têm vindo a desencadear, entre os estudantes, são problemas do foro psicológico com contornos muito graves e de extrema complexidade", sublinha Rui Caetano, que reforça que “as consequências são diversificadas ao nível do rendimento escolar, da concentração, dos comportamentos de agressividade, do fenómeno do 'bullying', dos consumos do álcool e de drogas, da pressão psicológica provocada pelo receio do contágio, da ansiedade persistente, do medo obsessivo da doença, das depressões, da perda de sono e dos ataques de pânico”.
O PS realça que é urgente a assunção de medidas concretas e a definição de uma estratégia integrada e coordenada, entre as instituições de Educação e de Saúde, “com especial relevo para os centros de saúde”.
“A intervenção, coordenada e planificada, em meio escolar é decisiva ao nível do diagnóstico precoce, mas também, numa outra fase, na ligação às famílias, no acompanhamento integrado dos casos que vão surgindo, na formação destas famílias para lidarem com as situações mais difíceis", concluiu.