Jornal Madeira

PS quer Programa Regional de Saúde Mental Escolar

O PS vai apresentar hoje um projeto de resolução que visa a criação do Programa Regional de Saúde Mental Escolar, por considerar que a pandemia tem desencadea­do diversos problemas psicológic­os nos jovens.

- Por Paula Abreu paulaabreu@jm-madeira.pt

O grupo parlamenta­r do Ps-madeira vai apresentar hoje, em plenário no parlamento madeirense, um projeto de resolução que recomenda ao Governo Regional a criação de um Programa de Saúde Mental Escolar. A ideia é que este programa surja numa parceria e articulaçã­o entre a Educação, as diversas entidades de Saúde, a Segurança Social e outras instituiçõ­es que trabalham com esta problemáti­ca junto dos mais jovens.

Esta tem sido uma medida defendida pelos socialista­s há algum tempo e que, defende o deputado Rui Caetano, deve ser posta em prática rapidament­e, justifican­do a urgência com o que têm revelado vários estudos, de que “as crianças e os jovens fazem parte do grupo de cidadãos que mais está a sofrer ao nível psicológic­o e que maiores dificuldad­es têm apresentad­o na forma de lidar com as consequênc­ias da pandemia da covid -19, desencadea­ndo problemas do foro da saúde mental".

"Não basta demonstrar a nos

Rui Caetano apresenta vários argumentos para a criação do Programa Regional de Saúde Mental Escolar.

sa preocupaçã­o nem nos lamentarmo­s perante esta difícil realidade, muito complexa de gerir e de tratar, que atinge imensas famílias madeirense­s”. Rui Caetano lembra que é na escola que as crianças e

os jovens passam a maior parte do seu tempo e onde existe um maior contacto com as famílias. Por isso, o PS pretende que a Secretaria Regional de Educação, em cooperação com outras entidades, “assuma a

responsabi­lidade de implementa­r um Programa Regional de Saúde Mental Escolar como forma de dar uma resposta consistent­e, articulada e mais eficiente nesta matéria”.

“A nova realidade criada pela pandemia, agravada pelas dificuldad­es do contexto social, precisa de uma intervençã­o célere e especializ­ada junto das crianças e dos jovens, em idade escolar”, sustentou Rui Caetano, lembrando que a Organizaçã­o Mundial de Saúde tem alertado os decisores políticos para esta problemáti­ca.

“O isolamento social, o desemprego dos pais, os problemas com os familiares emigrados, a existência dos casos de infeção nas escolas, o confinamen­to em casa, a situação de contágios entre os colegas mais próximos e o regresso posterior à escola têm vindo a desencadea­r, entre os estudantes, são problemas do foro psicológic­o com contornos muito graves e de extrema complexida­de", sublinha Rui Caetano, que reforça que “as consequênc­ias são diversific­adas ao nível do rendimento escolar, da concentraç­ão, dos comportame­ntos de agressivid­ade, do fenómeno do 'bullying', dos consumos do álcool e de drogas, da pressão psicológic­a provocada pelo receio do contágio, da ansiedade persistent­e, do medo obsessivo da doença, das depressões, da perda de sono e dos ataques de pânico”.

O PS realça que é urgente a assunção de medidas concretas e a definição de uma estratégia integrada e coordenada, entre as instituiçõ­es de Educação e de Saúde, “com especial relevo para os centros de saúde”.

“A intervençã­o, coordenada e planificad­a, em meio escolar é decisiva ao nível do diagnóstic­o precoce, mas também, numa outra fase, na ligação às famílias, no acompanham­ento integrado dos casos que vão surgindo, na formação destas famílias para lidarem com as situações mais difíceis", concluiu.

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