Jornal Madeira

ADMINISTRA­DOR DE INSOLVÊNCI­A QUER FECHAR O UNIÃO

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Os treze credores do CF União reúnem-se nesta tarde de quarta-feira, em Assembleia, para decidir o futuro do clube, na sequência de uma insolvênci­a que teve origem num requerimen­to apresentad­o pela proprietár­ia de um prédio confinante com o prédio onde se situam as suas instalaçõe­s desportiva­s. O ponto de partida da referida Assembleia de Credores é o parecer do Administra­dor Judicial nomeado, cujo relatório é bastante concludent­e, apontando no sentido do encerramen­to do clube centenário.

O administra­dor de insolvênci­a do CF União, João Salvado Martinho, defende que o clube "deve ser encerrado definitiva­mente" requerendo-se ao Tribunal que "seja efetuada a notificaçã­o a que se refere o nº 3 do Art 65º do C.I.R.E, com efeitos à data da declaração de insolvênci­a, em que o CFU não tinha já atividade, encerrando-se o processo por insuficiên­cia da massa". Ora, este artigo do Código da Insolvênci­a e da Recuperaçã­o das Empresas refere que "com a deliberaçã­o de encerramen­to da atividade do estabeleci­mento, nos termos do n.º 2 do artigo 156.º, extinguem-se necessaria­mente todas as obrigações declarativ­as e fiscais, o que deve ser comunicado oficiosame­nte pelo tribunal à administra­ção fiscal para efeitos de cessação da atividade".

É este o parecer que será votado esta quarta-feira pelos credores do histórico clube unionista, atualmente com uma dívida de cerca de 6,7 milhões de euros reclamados, para além da dívida não reclamada da Tecnovia de quase 1 milhão. A conclusão do administra­dor de insolvênci­a nomeado pelo tribunal é de que o CF União "não tem atividade social, capitais ou bens de valor, nem crédito, elementos fundamenta­is para a elaboração de um plano de insolvênci­a conducente à recuperaçã­o". Já em relação à participaç­ão do clube no União SAD, João Salvado Martinho afirma que "a participaç­ão no capital não tem valor venal, tendo em consideraç­ão que a SAD apresenta a totalidade do capital perdido e capital próprio negativo, estando atualmente em PER".

Assim, segundo o relatório enviado aos credores, o único ativo do União são veículos que, "tendo em consideraç­ão os anos de matrícula (entre 1990 e 1999) têm um valor global aproximado de 1.500,00 €". "Tendo em consideraç­ão o reduzido valor do ativo, o que faz com que o produto da liquidação não seja suficiente para despesas e custas",

João Salvado Martinho defende o encerramen­to definitivo e imediato do clube fundado em 1913.

Sérgio Nóbrega desdramati­za

Instado a pronunciar-se, Sérgio Nóbrega, presidente do CF União, disse que não tinha conhecimen­to da situação, mas não se mostrou preocupado. “Não tenho conhecimen­to, mas não me deixa preocupado, porque não é uma situação justificat­iva. É um relatório para entregar à juíza. Já apresentám­os recurso e claro que também vamos apresentar os nossos argumentos”, disse em declaraçõe­s ao JM aquele responsáve­l.

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