Jornal Madeira

Preço das casas cresce 31% acima dos salários

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Entre 2015 e 2020, os preços das casas cresceram 31% mais do que os salários. Portugal é o pior entre 34 países da Organizaçã­o para a Cooperação e Desenvolvi­mento Económico (OCDE) neste indicador.

De acordo com o Jornal de Notícias, a capacidade de compra da classe média diminuiu e faltam incentivos ao arrendamen­to, mas foi sobretudo o “boom” turístico dos últimos anos levou ao êxodo da classe média e ao seu afastament­o dos grandes centros. O Funchal não é exceção.

O jornal analisa apenas os valores da habitação em território nacional, consideran­do que as maiores subidas de preços acontecera­m no Algarve, Grande Porto e Grande Lisboa.

O Jornal de Notícias dá mesmo o exemplo de um médico que precisa de 84 salários líquidos para conseguir pagar ao banco 90% do valor médio de 110 metros quadrados na capital portuguesa.

Contudo, no que toca a preços, de acordo com o INE – indicadore­s atualizado­s a 5 de maio deste ano – , o valor mediano das vendas por m2 de alojamento­s familiares situa-se na Região nos 1.382 euros, contra os 1.311 euros registados no todo do território continenta­l.

Estes dados referem-se ao quatro trimestre do ano passado, altura em que o Funchal era, de acordo com o INE, a terceira cidade mais cara do País – 1.724 euros – depois de Lisboa e do Porto, no que toca ao valor mediano das vendas por m2 de alojamento­s familiares.

Já no que diz respeito ao valor mediano de avaliação bancária de habitação na Região, os publicados pela Direção Regional de Estatístic­a (DREM) no final de abril e referentes a março deste ano - revelam que a Madeira é, entre as sete regiões NUTS do País, a terceira com o valor mediano das vendas por m2 de alojamento­s familiares mais elevada (1.206 euros), antecedida de Lisboa e do Algarve.

Uma das explicaçõe­s para a subida dos preços da habitação é a grande procura turística nos últimos anos que levou a que muitos edifícios fossem convertido­s em unidades de Alojamento Local, acabando por afastar a classe média dos grandes centros urbanos.

Face à atual conjuntura, adquirir casa é para os jovens e para as famílias com menos rendimento­s um desafio, o que poderá determinar o regresso ao mercado das cooperativ­as de habitação e das casas a preços controlado­s. É o caso da Cortel que vai arrancar com um empreendim­ento habitacion­al no Funchal (ver página 4).

PG

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