Jornal Madeira

PSD critica critério da distribuiç­ão de verbas do PRR

Carlos Rodrigues aponta o dedo à República pelo diferencia­l nos valores para Açores e Madeira. Deputado censura os critérios e considera que as regiões autónomas deviam ser discrimina­das.

- Por Marco Milho mmilho@jm-madeira.pt

A sessão plenária de ontem iniciou-se com uma intervençã­o de Carlos Rodrigues, do PSD, que criticou o critério utilizado pelo Governo da República para a distribuiç­ão das verbas do PRR.

O social-democrata lembrou que os Açores vão receber “mais 68 milhões de euros do que a Madeira”, frisando que Portugal adotou um critério baseado na distribuiç­ão dos fundos do quadro comunitári­o que terminou. “Não podemos concordar, e não se trata de pirraça ou de alimentar polémicas estéreis”, disse, ressaltand­o que “as circunstân­cias atuais nada têm a ver com as de 2014”.

"O Estado apresenta um critério, mas é um critério desfasado e anacrónico, que não tem em conta as consequênc­ias da pandemia na economia madeirense", referiu o deputado, sublinhand­o que o impacto “foi muito superior” na Madeira, devido à influência do setor do turismo na Região.

Para Carlos Rodrigues, devia ter havido uma “discrimina­ção positiva", acusando “o Estado de ignorar os impactos nas diferentes regiões” e as indicações da União Europeia sobre o assunto. “O número três do regulament­o referido [do mecanismo Next Generation EU] insta os estados a discrimina­r positivame­nte as ilhas e regiões ultraperif­éricas”, recordou.

No entanto, o social democrata tornou a destacar a importânci­a de ver disponibil­izados, o mais rapidament­e possível, os fundos para dar continuida­de ao processo de recuperaçã­o, salientand­o que está preparado o caminho, "ficando apenas a faltar as verbas definidas".

Carlos Rodrigues enalteceu ainda o esforço que tem sido feito pela Região e assegurou que, "ao contrário do que tem sido repetido, a Região tem apoiado as empresas". “Consideran­do o que já foi disponibil­izado, e aquilo que está previsto, sem considerar­mos o próximo programa operaciona­l, estamos a falar de um total de apoio às empresas no valor de 332 milhões de euros até 2026, ou seja, mais de 55 milhões de euros anuais”, referiu.

Por seu turno, o deputado e secretário-geral do Psd-madeira acusou o Ps-madeira de ser conivente com a discrimina­ção da Região na distribuiç­ão dos valores do PRR.

“O PS não vê estas injustiças nem considera esta atitude inaceitáve­l para com os madeirense­s”, apontou José Prada.

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Carlos Rodrigues considerou “desfasado e anacrónico” o critério usado.

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