Jornal Madeira

Porto Moniz

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As paisagens verdejante­s, a calmaria e as Piscinas Naturais do Porto Moniz são os requisitos perfeitos de atração para quem procura um dia de descanso. Mas nem tudo se resume ao centro da vila e há que chamar juventude e criar mais postos de trabalho na freguesia.

É isso que defende Joana Brazão, uma residente que encontrámo­s a caminhar com a filha e a neta no sítio da Santa. Nasceu e cresceu nesta localidade e diz que não trocava o sossego que ali se sente por nada, nem “quando eram duas e três horas de viagem”.

A sua preocupaçã­o é a falta de emprego e de oportunida­des que estão a mandar embora os mais novos filhos da terra. Para combater esse êxodo rural, a freguesa vinca ser necessário mais empreendim­ento e investimen­to na localidade, porém, reconhece o trabalho do executivo camarário e aplaude as iniciativa­s e ajudas concedidas aos locais ao nível social.

“Ajudam os idosos, maiores de 65 anos, com a medicação, pagam metade da creche às crianças, dão trinta euros por mês para farmácia a todas as crianças até um ano e ajudam ainda os estudantes universitá­rios”, enumerou.

Mas se há coisas que lhe chateia na zona é a falta de rede. Contou, inclusive, que ainda naquela manhã havia estado no centro de saúde e que não conseguia apanhar ligação. “É incomodo”, sublinhou, frisando que, por outro lado, no que aos transporte­s públicos diz respeito, a localidade está “bem servida” e pouco tem a apontar.

Seguindo estrada, mais adiante encontrámo­s num café um grupo de homens que aproveitav­a a tarde solarenga a jogar às cartas. Instados a falar sobre o trabalho da Câmara neste último mandato, um deles, que

Residentes pedem mais projetos que tragam juventude

preferiu manter o anonimato, foi direto: “as obras camarárias têm sido poucas ou nenhumas”, disse, aditando que é necessário “mais promoção” que chame tanto turistas como madeirense­s.

No seu entender, outro dos problemas do Porto Moniz é a rede de água, que afirma não estar em perfeitas condições. “Acho que seria bom a renovação na rede de água na freguesia, que tem mais de 30 anos. Cá para mim era uma rede de água nova

em todo o concelho”, atirou.

Mais à frente, onde já era possível vislumbrar o verde forte da serra e deliciar-se com o cheiro da natureza, demos de caras com Manuel Barreto, no sítio dos Lamaceiros. Estava a ler o seu jornal à beira de uma mercearia, uma das poucas que vimos nas redondezas.

Apesar de ter mais elogios do que reparos a fazer, o residente vai de encontro ao que tinha sido referido anteriorme­nte por Joana Brazão. Assinala que esta, que é uma das mais antigas freguesias do norte da ilha, precisa é de projetos que tragam a juventude para lavrar a terra. “Temos aqui muitos terrenos agrícolas, com terra muito fértil, era trazer os mais jovens para a agricultur­a”, salientou.

No que concerne às estradas, expõe que há alguns sítios que necessitav­am “de uma reparação ou outra”, mas “nada de muito grave” até porque, conforme vincou, “a Câmara não pode fazer tudo ao mesmo tempo”.

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freguesia.

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