Jornal Madeira

Enfermeiro evitou desfecho trágico em Câmara de Lobos

Paulo Santos foi a primeira pessoa a intervir quando um homem ameaçava atirar-se de uma ponte, na Estrada João Gonçalves Zarco, na passada quarta-feira.

- Por Marco Milho mmilho@jm-madeira.pt

“Eu agarrei o homem e tentei puxá-lo para dentro mas não consegui”, recorda Paulo Santos, acrescenta­ndo que ficou “agarrado a ele até que chegaram mais algumas pessoas” que ajudaram a retirá-lo da varanda.

A rápida intervençã­o de vários populares evitou o que poderia ter sido um desfecho trágico, na última quarta-feira, ao impedir que um homem tivesse saltado de uma ponte, em Câmara de Lobos.

O caso aconteceu ao final do dia, numa ponte na Estrada João Gonçalves Zarco, em Câmara de Lobos, a poucos metros do restaurant­e ‘Nico’s Burger’.

As primeiras informaçõe­s davam conta de que teria sido a ação determinan­te de dois agentes da PSP a evitar a queda do indivíduo, de 34 anos, mas o JM soube que a primeira intervençã­o foi efetuada por um enfermeiro, que passava no local, precisamen­te na altura em que reparou num carro parado e num homem, do lado de fora do varandim da ponte.

“Eu estava a passar de carro quando vi o senhor do lado de fora da varanda. Parei o carro e dirigi-me a ele”, conta Paulo Santos, com quem o JM conseguiu chegar à fala.

O enfermeiro começou por dialogar com o homem, que continuava a ameaçar saltar da ponte. Receando não conseguir demover o indivíduo, Paulo Santos agarrou-se a este, quando teve oportunida­de, tentando retirá-lo para uma posição mais segura.

“Eu agarrei o homem e tentei puxá-lo para dentro mas não consegui”, recorda, acrescenta­ndo que ficou “agarrado a ele até que chegaram mais algumas pessoas” que ajudaram a retirá-lo da varanda.

“Ele estava a debater-se para tentar saltar mas acabámos por sentá-lo e esperámos que a polícia chegasse ao local”, continua.

Paulo Santos frisa tratar-se de uma situação complicada, recordando a elevada carga emocional do episódio. “O mais chato era a filha do senhor que estava no carro a assistir a tudo e a chorar com a mãe”, realça.

Observado no hospital

A situação motivou um grande aparato no local, com vários carros parados para tentar ajudar, bem como o carro do próprio homem que ameaçava atirar-se da ponte. Após a chegada da patrulha da PSP, os agentes ordenaram à retirada dos automóveis, para reestabele­cer a normal circulação.

“Perguntei se já podíamos ir embora e disseram que sim. Daí para a frente não sei o que se passou”, conclui Paulo Santos.

Os agentes da PSP solicitara­m assistênci­a pré-hospitalar, tendo aguardado no local até à chegada de uma ambulância. No entanto, a vítima recusou o transporte de ambulância, tendo a equipa de socorro sido dispensada e regressado ao quartel.

Mesmo assim, o homem foi transporta­do ao hospital numa viatura de um familiar, tendo dado entrada no serviço de urgências do Hospital Dr. Nélio Mendonça, onde foi observado por uma equipa multidisci­plinar das urgências.

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Patrulha da PSP esteve no local, tendo chamado uma ambulância que acabou por ser recusada pela vítima.

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