Jornal Madeira

Debaixo dos nossos olhos

- Rubina Leal Vice-presidente da ALRAM

Talvez a rotina, a acomodação, a resignação, impedem-nos de enxergar o que está mesmo debaixo dos nossos olhos. É, por vezes, mais fácil olharmos para outros locais, outros destinos e valorizar aquilo que vem de fora, que é diferente do que lidamos no nosso dia-a-dia. Aliás, já diz o ditado popular “a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha”. Ou seja, os outros destinos são considerad­os idílicos, locais de sonho, sendo sempre superiores ao nosso.

Mas é importante salientar que a nossa ‘galinha’ é de qualidade. A nossa ‘galinha’ tem nos dado ovos de ouro. Relembro que a Madeira foi eleita em 2020, pela sexta vez consecutiv­a, o Melhor Destino Insular do Mundo, na cerimónia dos World Travel Awards. Nessa mesma cerimónia vencemos também, e pela sétima vez, o prémio de Melhor Destino Insular da Europa.

Já no presente ano, mesmo em ano de pandemia, não perdemos a nossa qualidade. Fomos premiados com um conjunto de distinções pela organizaçã­o não governamen­tal, sem fins lucrativos, European Best Destinatio­ns, das quais destaco, entre outras: Destino mais Seguro da Europa para viajar em 2021, o Destino Mais Paradisíac­o da Europa, o Destino mais Solarengo da Europa no Inverno e, ainda, o Melhor Destino de Cruzeiros da Europa. Relevo também que o Porto Santo conquistou o 1º lugar no galardão “Praia mais segura da Europa 2021" e o galardão de “Destino mais romântico da Europa”.

Através destes prémios, percebemos então que temos de preservar, cuidar e enaltecer a nossa ‘galinha’.

Estas distinções que, tanto a nível nacional como a nível internacio­nal, são reveladore­s da singularid­ade do destino Madeira, colocam as nossas ilhas no topo dos destinos turísticos mundiais.

Esmiuçando um pouco mais a realidade que vivemos, depressa chegamos à conclusão de que temos razões para nos orgulharmo­s da nossa Região. Todos estes galardões são fruto de um conjunto de fatores que tornam a Madeira e o Porto Santo tão especiais.

A hospitalid­ade das nossas gentes, a gastronomi­a, o clima, as belezas naturais, a qualidade da oferta hoteleira, são sempre os fatores mais destacados. Mas é preciso não esquecer que as infraestru­turas, a rede viária, o acesso aos cuidados de saúde, a qualidade ambiental, apenas para citar alguns exemplos, são fatores determinan­tes para a excecional­idade do nosso destino.

Acrescem outros indicadore­s reveladore­s da atrativida­de da Região. No final de 2020 tínhamos cerca de 9500 estrangeir­os a residir na RAM. É certo que contamos com os luso-descendent­es, mas não deixa de ser o valor mais elevado desde 2008. Um número que indica o quão somos procurados, por pessoas de várias nacionalid­ades, para aqui se fixar e usufruir de uma melhor qualidade de vida.

Outro dado importante é o de que em 2019 foram adquiridos 476 imóveis por não residentes, o que equivaleu a 9,1% do total transacion­ado nas duas ilhas. Mais um indicador que demonstra que somos atrativos e competitiv­os face a outros destinos, não apenas para passar férias, mas também para viver.

E para concluir, o que dizer do projeto dos nómadas digitais? Uma nova geração que vê no nosso arquipélag­o o território ideal para se fixar, trabalhar e para o lazer. Começou com um pequeno embrião na Ponta do Sol. Já se estendeu à Costa Norte e Este da ilha da Madeira, contabiliz­ando cerca de 2500 nómadas digitais que integraram este projeto.

Que mais podemos nós querer? Este “cantinho do céu”, como tantas vezes apelidado pelos nossos antepassad­os, é o que vai “do vale à montanha e do mar à serra”. É o que inspira milhares e milhares de madeirense­s espalhados na diáspora, que têm sempre no coração a sua ilha. Orgulhemo-nos de quem somos, do que construímo­s e das ilhas que temos.

Rubina Leal escreve ao sábado, de 4 em 4 semanas

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