Armando Vara condenado a dois anos de prisão
O antigo ministro e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara foi ontem condenado a uma pena efetiva de dois anos de prisão pelo crime de branqueamento de capitais.
Armando Vara estava acusado de um crime de branqueamento de capitais, o qual tem como crime precedente fraude fiscal (ilícito já prescrito), num processo extraído e separado do processo Operação Marquês, que tem o ex-primeiro-ministro José Sócrates como principal arguido
Na leitura do acórdão no Tribuna Criminal de Lisboa, o presidente do coletivo de juízes, Rui Coelho, lembrou que Armando Vara “exerceu as mais altas funções públicas” e esteve na administração de duas instituições bancárias.
“Armando Vara exerceu das mais altas funções públicas e políticas. Teve responsabilidades governativas, contribuiu para a condução dos destinos do país. Esteve na linha da frente de duas relevantes instituições bancárias, com funções de administrador e de vice-presidente”, refere o coletivo de juízes.
“Era dever moral do arguido agir de forma diferente, sendo elevado o nível de censura. Há que considerar também o grau de ilicitude muito elevado” num esquema montado para a circulação de dinheiro, sublinhando haver apenas uma “resposta óbvia: ocultar o dinheiro”, frisou o juiz.
Entretanto, o advogado de Armando Vara afirmou que a defesa do antigo ministro socialista e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos vai ponderar recorrer da decisão que o condena a uma pena efetiva de dois anos de prisão.
À saída do Tribunal Criminal de Lisboa, Tiago Bastos admitiu a decisão de seguir para recurso, considerando que a pena atribuída pelo coletivo de juízes foi "injusta" e "moral".