Jornal Madeira

Cuba sem internet e com reforço policial

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Cuba amanheceu ontem sem internet móvel e com uma forte presença policial nas ruas de Havana, um dia após milhares de cubanos saírem às ruas em protesto contra o governo e a crise económica e sanitária que atravessam.

Uma “calma tensa” é como a jornalista da agência de notícias espanhola EFE classifica o dia depois dos maiores protestos antigovern­amentais registados desde os anos 90.

Sem internet na ilha, a jornalista diz ser difícil “saber ao certo” o que se passa em todo o país, sendo que até meio da tarde – 15h00 em Cuba e 19h00 GMT – não havia relatos nem divulgação de novas manifestaç­ões.

A imagem do dia foi, por isso, protagoniz­ada por dezenas de mulheres reunidas em frente às esquadras da polícia para tentar obter informaçõe­s sobre o paradeiro de maridos, filhos e parentes presos ou desapareci­dos durante as manifestaç­ões.

Até ao momento, as autoridade­s não divulgaram ainda um número oficial de detenções, mas existe uma lista provisória elaborada por ativistas locais que conta já com 65 nomes só em Havana.

Entre os detidos há personalid­ades conhecidas como o artista Luis Manuel Otero Alcántara, o dissidente moderado Manuel Cuesta Morúa ou o dramaturgo Yunior García Aguilera. A EFE ouviu relatos de mulheres que denunciara­m que maridos, filhos e sogros foram espancados antes de desaparece­rem.

As denúncias contrariam a versão do presidente Miguel Díaz-canel, que hoje na televisão recusou as acusações.

No domingo, no entanto, Miguel Díaz-canel tinha apelado aos seus partidário­s para que saíssem às ruas e enfrentass­em os manifestan­tes, confrontos esses que foram observados.

O presidente voltou a acusar os Estados Unidos de estar por trás das manifestaç­ões e de ser responsáve­l pela situação económica do país, devido ao embargo que mantém a Cuba há seis décadas.

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