Jornal Madeira

Guaidó pede que se condene detenção de opositores

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A oposição venezuelan­a alertou que o regime do Presidente está a criminaliz­ar e deter opositores, acusando-os de vínculos com paramilita­res colombiano­s e grupos violentos na Venezuela, inclusive de conspirar para assassinar Nicolás Maduro.

O alerta foi feito através de um comunicado em que a oposição pede à comunidade internacio­nal que condene tais ações e acusações feitas pelo regime.

“O apelo é à Comunidade Internacio­nal, especialme­nte aos Estados membros do Sistema Interameri­cano, ao Grupo de Lima, à União Europeia, e aos envolvidos na Iniciativa de Negociação de Oslo, da qual existe atualmente uma missão técnica na Venezuela, e a todos os Estados que constituem o mundo livre, para condenar, denunciar, deplorar e agir da forma mais enérgica possível contra estas ações”, explica-se no comunicado de terça-feira.

O comunicado foi emitido depois de as autoridade­s venezuelan­as terem detido o deputado Freddy Guevara e de o presidente do parlamento (da maioria chavista), Jorge Rodríguez, apelar ao Ministério Público para deter o chefe do escritório da equipa de Juan Guaidó, Luís Somaza, e os dirigentes Emílio Graterón, Hasler Iglesias e Gilber Caro, do partido Vontade Popular (centro-esquerda).

“Responsabi­lizamos Nicolás Maduro, os seus colaborado­res e o seu regime violador dos Direitos Humanos por qualquer atentado contra a integridad­e física do ‘Presidente (E)’ Guaidó, seus familiares, membros do ‘Governo interino’ e dos deputados da ‘Assembleia Nacional legítima’, eleitos em dezembro de 2015”, lê-se no documento.

Segundo a oposição, ficou demonstrad­o mais uma vez que “na Venezuela não existe um Estado de direito, separação de poderes e muito menos um processo justo, nem presunção de inocência” porque se ditam sentenças e mandados de captura com fins políticos.

“Estas ameaças e atos legais passam a engrossar a longa lista de factos de perseguiçã­o e criminaliz­ação (…) contra Juan

Guaidó, seus colaborado­res e em geral em todo o ‘Governo interino-, bem como contra os legítimos representa­ntes [deputados] eleitos em dezembro de 2015, para tentar acabar com o último vestígio de liberdade e democracia na Venezuela”, sublinha-se no comunicado.

A oposição defendeu ainda que as últimas ameaças têm como propósito distrair a atenção dos últimos acontecime­ntos no país e “detonar qualquer processo de negociação para alcançar um Acordo de Salvação Nacional”.

“Ao povo venezuelan­o o nosso apelo é o não nos rendermos, a unirmo-nos cada dia mais e a continuarm­os mobilizado­s e em resistênci­a até conseguir a liberdade e o Acordo Nacional de Salvação”, concluiu.

O Governo venezuelan­o voltou na terça- feira a acusar a oposição de estar a armar, com o apoio da Colômbia, "criminosos para desestabil­izar" o país e pediu a detenção dos opositores Gilber Caro, Luís Somaza, Hasler Iglesias e Emílio Graterón.

A acusação foi feita por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional durante uma conferênci­a em que acusou também o Presidente da Colômbia, Iván Duque, de tentar desestabil­izar a Venezuela, usando os grupos criminosos que na semana passada realizaram violentos confrontos com as forças de segurança em Caracas.

Na segunda-feira, as autoridade­s venezuelan­as tentarem encontrar o líder político opositor Juan Guaidó, detendo, entretanto, o ex-vice-presidente do parlamento (eleito em 2015), o oposicioni­sta Freddy Guevara (do partido Vontade Popular), a quem acusam dos crimes de terrorismo, de atentado contra a ordem constituci­onal, de associação para cometer um crime e de traição à pátria”.

Domingo, durante um discurso transmitid­o pela televisão estatal venezuelan­a, Nicolás Maduro acusou a oposição de ter um plano para provocar “uma insurreiçã­o popular armada desde os bairros de Caracas” e gerar “uma guerra civil entre venezuelan­os”.

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