Jornal Madeira

Vá para fora, mas volte para dentro

- Pedro Nunes Médico-dentista

Oproblema já não é só o vírus maldito. Para isso, a malta vacinase, usa máscara e desinfeta as mãos. Não fica resolvido, mas ajuda. O problema é o descontent­amento e a revolta. Cá não, mas lá fora, a insatisfaç­ão é crescente. A Venezuela, ainda que com combustíve­is mais baratos que a água, estava como estava. A ferro e fogo. Agora foi a vez da África do Sul virar cenário de guerra. Pilham tudo. Roubam bicicletas com a justificaç­ão de não terem nada para comer. Eu vi! Com os olhinhos que a terra há-de comer. E fiquei a pensar se esses mesmos senhores roubariam alimentos por não terem nada para pedalar. Faz algum sentido? Este mundo está mesmo a mudar. Tanto que agora parece ser a vez de Cuba! Só me espanta a demora… Lembrome de, há uns anos, lá ter ido e perguntado a um taxista onde morava o Fidel. A resposta foi pronta:

“Nos nossos corações”. Vi logo que ia dar para o torto. Não sei porquê.

O que sei é que os governos de cá também se andam a pôr a jeito. É que nos Açores, o seu Presidente do Governo Regional veio a público informar que queria o fim da “subsídio-dependênci­a de mão estendida”. Ao mesmo tempo, o nosso Presidente inaugurava o “MAMMA” com letras grandes. Calma. Não é nada disso. É apenas o novo Museu de Arte Moderna da Madeira. Não comecem já com insinuaçõe­s. É que a mama, de maminha, já foi inaugurada há muito mais tempo. Muito mesmo. Suspeito que há tanto tempo que agora alguns governante­s, à semelhança do açoriano, estão preocupado­s com a escalada da concorrênc­ia e querem acabar com os “incentivos”. Cada vez é preciso dividir por mais… E do que percebo de matemática, essa operação tende a ir dando menos a cada um. O que é uma chatice para quem não sabe viver com pouco e sempre se habituou a encher o bolso.

Por falar em bolso, o Bolsonaro está internado. Por sorte, não foi mandado para casa. É que por cá, independen­temente das obras do Novo Hospital terem arrancado, estuda-se a criação da Unidade Hospitalar Domiciliár­ia. No fundo não é nada de novo. Querem hospitaliz­ar os doentes nas suas casas. Mas não é isso que fazem já, por vezes? Quantos são mandados para casa com paracetamo­l e gelo ou diazepam e chá de camomila!? Uns poucos… E também acredito que não precisarão de investir tanto como na obra de Santa Rita. É que as casas são, de algum tempo a esta parte, umas óptimas salas de espera. A malta espera. E espera. E espera. Por fim, são chamados. Lá chegados, afinal é só para dizer que está tudo adiado e depois voltam a chamar…

Mas retomando a maleita do Jair do Brasil, e como um mal nunca vem só, multiplica­ram-se, também no Brasil, tumultos. Eram manifestaç­ões pela demissão do seu líder. Eu, pessoalmen­te, não concordo. Acho que o senhor merecia respeito. Nesta hora de dor e soluços ininterrup­tos, deveria ter direito pelo menos, a mais solidaried­ade e tolerância. E porque não fé? Quanto mais não fosse, fé na ciência. Esta, tem (quase) sempre uma explicação. E era essa que procurava encontrar, há dias, enquanto almoçava com o meu pai. Comentei com ele este quadro clínico. Enquanto discutíamo­s uma eventual etiologia, ele lembrou-se que teve conhecimen­to de um caso, em tempos, em que os soluços persistent­es só passaram com uma lavagem de ouvidos. Fazia sentido. Não sei no outro, mas neste caso, o raio do homem não ouve ninguém. Podia estar encontrada a cura…. Comecei então a pensar como poderia chegar à fala com a equipa médica para sugerir tão simples plano de tratamento. Ao mesmo tempo, ouço na televisão que parecia terem identifica­do o problema. E não era nada com a audição. O médico diagnostic­ou “obstrução intestinal”. Bingo. Só podia. A sério! Como não nos lembrámos disso? Às vezes complicamo­s o que é fácil. Senão reparem. Já pararam para pensar que toda a porcaria que tem dentro dele, tem que ser expelida por algum lado? Óbvio. E se está tapado em baixo vai escoar por onde? Por cima. Claro. Fica ou não explicada a falta de soluções e a abundância de soluços? Fica, ou não, assim explicada muita da porcaria que lhe sai pela boca?

No entanto, Lula não esteve para meias medidas. Assim, e sem perder tempo, anunciou que está “totalmente à disposição para ser candidato a Presidente do Brasil”. Ora! Então não ia estar? O lava jato já deve fazer parte do passado.

Felizmente, nós por cá não temos políticos assim. Os nossos não fazem asneiras. Ups, esqueci-me do Cabrita. Ao menos não dizem tontices. Perdão, escapou-me o António Costa. Pronto. Vá. Não estiveram metidos em lavagens de dinheiro. Bolas, o Sócrates. Opá, esqueçam… Não está mais aqui quem escreveu! Afinal isto está mais mal frequentad­o do que parecia.

Depois não se admirem. É por essas e por outras que eu entendo quem pega e dá um saltinho às Canárias só para arejar… Não critico! E ai de quem o fizer. Livrem-se. Vão mas é pregar moral para a Playa do Inglês. Não é assim Dr Miguel Albuquerqu­e?

Qualquer coisa, fica por cá um tal de Dr Alberto João. Novato. Inexperien­te. Pode não ser a mesma coisa, mas sempre desenrasca…. Parece que só não está é disponível para prémios da Assembleia. De resto, vai a todas.

ALERTA: É residente na RAM? Tem 18 anos ou mais? Então isto é para si. Se não quer ser vacinado com a Astrazenec­a (sim, aquela que a DGS recomenda administra­r a jovens maiores de 60), por favor, não se aproxime do Tecnopolo no dia 20. É que devem estar a sobrar frasquinho­s e então estão a organizar um Open Day. Dizem que nem é preciso marcar. É só chegar perto! Eles fazem o resto. Depois não digam que não avisei.

Pedro Nunes escreve ao domingo, todas as semanas

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal