Papa Francisco fala em “experiência “crítica”
O Papa afirmou, numa mensagem divulgada ontem pelo Vaticano, que a pandemia de covid-19 representou uma experiência “crítica”, que desafia cada um a deixar para trás o que é supérfluo.
“Há muitos meses, por causa da pandemia, encontramo-nos a viver em situações de emergência, de isolamento e de sofrimento. Esta experiência crítica leva-nos todos a reconhecer como a nossa vida terrena é um caminho a percorrer como peregrinos e estrangeiros, homens e mulheres itinerantes, dispostos a aligeirar-nos de coisas e pretensões pessoais”, destaca o texto dirigido aos participantes Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores ( Franciscanos).
Francisco desafia os religiosos a “intensificar as relações com Cristo e com os irmãos”, com uma presença “profética” na sociedade, testemunhando “a fraternidade e a vida simples e alegre”.
O Capítulo Geral dos Frades Menores decorre em Roma, até domingo, com o tema ‘Renovar a nossa visão, abraçar o nosso futuro’; durante a assembleia magna foi eleito um novo ministro geral, frei Massimo Giovanni Fusarelli.
O Papa admite que se vive um tempo “difícil e complexo”, convidando a “acolher os sinais da presença e da ação de Deus”.
“Deus tocou o coração de Francisco (de Assis) através da misericórdia oferecida ao irmão e continua a tocar os nossos corações, através do encontro com os outros, sobretudo com as pessoas mais necessitadas”, escreve.
Francisco, o primeiro Papa a escolher este nome na história da Igreja Católica, desafia os frades menores a ir ao encontro “dos homens e mulheres que sofrem no corpo e na alma”, com uma presença “humilde e fraterna” e sem grandes discursos.
A mensagem alude ainda à importância da preocupação ecológica, falando numa natureza que sofre “uma exploração distorcida dos bens da terra, para o enriquecimento de poucos, ao mesmo tempo que se criam condições que levam à miséria de muitos”.
O Papa convida os franciscanos a ser “homens de diálogo”, promovendo a paz e a reconciliação.
“Não se esqueçam de que um olhar renovado, capaz de nos abrir ao futuro de Deus, chega da proximidade com os pobres, as vítimas da escravidão moderna, os refugiados e os excluídos deste mundo. Eles são mestres. Abracem-nos como fez São Francisco”, conclui.