Marcelo visitou as Selvagens há cinco anos
Foi há cinco anos que Marcelo Rebelo de Sousa concluiu uma das suas visitas à Madeira nas Ilhas Selvagens. Na altura, o Presidente da República, que hoje voltará a estar na Madeira, falou sobre a preservação da natureza e os esforços de Portugal junto da comunidade internacional para alargar a plataforma continental.
Para assinalar o momento, o Presidente da República enviou da ilha da Selvagem Grande, Madeira, um postal dirigido a António Costa, com um convite para visitar este território.
Da Selvagem Grande, Marcelo Rebelo de Sousa enviou ainda outros sete postais para câmaras municipais e
Conservação da Natureza e do Museu de História Natural do Funchal.
Ana Zélia Miller, nascida em Lisboa em 1981, detentora de um vastíssimo currículo na investigação científica, salienta ao JM que na expedição em curso nas Selvagens vão ser utilizadas “técnicas avançadas para análise de ADN e para a caracterização química das rochas.” Pela primeira vez, revela a investigadora ao Jornal, “vamos utilizar um microscópio eletrónico de varrimento portátil, graças à colaboração com a Thermo Fisher Scientific. É a primeira vez a nível mundial que um equipamento desta natureza é juntas de freguesia do continente e ilhas com convites para visitarem o subarquipélago das Selvagens. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera instalara, dias antes, uma estação meteorológica automática nas Ilhas Selvagens e a internet estava a caminho das Selvagens. Algo que o JM comprovou e utilizou ontem, para comunicar com a investigadora Ana Zélia Miller. Enquanto os anteriores Presidentes Mário Soares, Jorge Sampaio e Cavaco Silva estiveram nas Selvagens no segundo mandato, Marcelo Rebelo de Sousa veio à ilha com menos de seis meses após ter tomado posse. instalado num local remoto.”
“Inestimável” Francis Zino
A partir do próximo fim-de-semana, o conhecido médico e investigador Francis Zino vai juntar-se à expedição nas ‘suas’ Ilhas Selvagens. “Contamos também com ele nessa segunda parte da expedição”, confirma a investigadora. “Contamos com a sua inestimável ajuda e o seu conhecimento sobre estas ilhas.”
Para Ana Zélia Miller, os estudos “projetados especificamente para os ambientes subterrâneos das ilhas Selvagens” poderão vir a ter um “impacto enorme” no futuro. “Poderemos descobrir novas espécies para a ciência, microrganismos que contribuirão para a biodiversidade do nosso planeta”, explica, assim como reconstruir o paleoclima mediante análises moleculares e isotópicos de compostos orgânicos preservados nos espeleotemas.
Os três anos do projeto Microceno contam, para já, com um investimento nacional na ordem dos 250 mil euros. Uma forma da investigação em Portugal associar-se aos 50 anos da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, precisamente no Ano Internacional das Grutas e do Carso.