Jornal Madeira

ANA avança com revogação de licença da Groundforc­e

A Groundforc­e é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.

- Por Carla Sousa/lusa carlasousa@jm-madeira.pt

Continua o impasse com o futuro da Groundforc­e. ANA – Aeroportos de Portugal vai avançar com a revogação de uma licença de ocupação da Groundforc­e, alegando que a empresa de ‘handling’ deve 769,6 mil euros em taxas de ocupação, segundo um documento a que a Lusa teve acesso.

Neste projeto de deliberaçã­o da Comissão Executiva da ANA, o grupo explica que, enquanto concession­ário do serviço público aeroportuá­rio, está a seu cargo “o licenciame­nto da ocupação e do exercício de atividades e serviços em bens do domínio aeroportuá­rio incluídos no âmbito da concessão”, assim como de todos os atos que dizem respeito “à execução, à modificaçã­o e extinção de licenças”.

“À data [29 de junho], encontra-se em dívida, para com a ANA S.A., a título de taxa de ocupação, o valor total de 769.669,31 euros”, garante, apontando para faturas que “integram valores devidos no âmbito da presente ocupação e de outras ocupações da SPDH, nos aeroportos da rede ANA”.

A concession­ária considera assim que “se verifica um incumprime­nto reiterado das obrigações a que a SPDH se encontra adstrita, enquanto titular da licença de ocupação” em causa. Por isso, a Comissão Executiva da ANA deliberou “revogar a licença de ocupação 7460/2006/AM, com efeitos a partir da deliberaçã­o final a tomar no âmbito do procedimen­to administra­tivo”, devendo a Groundforc­e “proceder à entrega dos espaços afetos à referida licença livres e devolutos”, segundo o documento.

Os sindicatos da Groundforc­e defenderam que "urge encontrar soluções de diálogo" que resolvam "estrutural­mente" as questões dos salários, acionistas, TAP e turismo do País.

O PCP já exortou Governo a nacionaliz­ar Groundforc­e e libertá-la "da chantagem" do privado. Em comunicado divulgado, o PCP explicitou que “desde há mais de um ano” que os funcionári­os da Groundforc­e estão a viver uma “situação de profunda instabilid­ade”.

O Presidente da República, por sua vez, criticou a Groundforc­e, consideran­do que tem havido "obstinação" por parte da empresa em geral e de alguns responsáve­is em particular, mas declarou-se confiante de que o Governo encontrará uma solução em breve.

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Sindicatos defendem que "urge encontrar soluções de diálogo".

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