Jornal Madeira

SESARAM realizou 1.583 consultas em 2021

Nos últimos anos, verificou-se na Região uma mudança de perfil dos utentes que acorrem a esta consulta, com mais mulheres a se empenharem na interrupçã­o do consumo de tabaco.

- Por Edna Baptista edna.baptista@jm-madeira.pt

Só no decorrer do primeiro semestre de 2021, o SESARAM realizou um total de 1.583 consultas médicas de cessação tabágica. A estas, acrescenta­m-se 5.397 consultas de enfermagem, das quais 913 foram presenciai­s e 4.484 não presenciai­s, superando, assim, as realizadas ao longo de 2020, ano no qual foi contabiliz­ado um total de 4.574 consultas (1.307 presenciai­s, 949 não presenciai­s e 1.376 consultas de enfermagem).

Ao JM, o Serviço Regional de Saúde nota que este acelerar do número de consultas concretiza­das no presente ano surge na sequência de uma “clara atitude de recuperaçã­o da atividade anteriorme­nte condiciona­da pela pandemia”.

De facto, face à atual situação epidemioló­gica, a consulta de cessação tabágica, que visa auxiliar na interrupçã­o do consumo de tabaco, sofreu uma reorganiza­ção, tendo o acompanham­ento por telefone sido a forma encontrada para manter o seguimento atento e continuado dos utentes. No entanto, o SESARAM ressalta que o normal funcioname­nto da consulta foi, entretanto, retomado, encontrand­o-se nesta data a funcionar em pleno, tal como antes do início da pandemia.

Pandemia alterou consumo

Mas se a atual conjuntura pandémica afetou numa fase inicial a realização destas consultas, não se pode também esquecer o impacto que esta teve ainda nos próprios hábitos de consumo de tabaco e na Região foi exceção.

“Naturalmen­te que a pandemia, pela magnitude dos seus efeitos, determinou alterações de um hábito muito associado à ansiedade, à ocupação do tempo e ao convívio social”, começou por apontar o SESARAM ao JM.

Invocando os resultados do inquérito online lançado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologi­a, para aferir quais os hábitos tabágicos dos portuguese­s durante o confinamen­to, o Serviço Regional de Saúde ressalta dois fenómenos de revelo acerca desta matéria. Por um lado, “pouco mais que um quarto dos utentes aumentou o consumo de tabaco, o que pode ser explicado pelo maior stress e ansiedade associados ao confinamen­to e às incertezas trazidas pela pandemia”. Por outro, “um terço dos utentes teve uma evolução positiva, deixando de fumar espontanea­mente ou reduzindo o consumo”.

“É muito relevante que quase metade dos fumadores tenha tentado deixar de fumar, mesmo na ajuda de qualquer ajuda específica. A pandemia poderá, por isso representa­r, uma boa oportunida­de para aumentar a cessação tabágica. Deixar de fumar pode ser das atitudes mais eficazes para reforçar a imunidade, ajudar a prevenir a COVID-19 e reduzir a mortalidad­e”, destacou este serviço.

Mais mulheres nas consultas

Além do mais, segundo o SESARAM, nos últimos anos, na Região tem-se verificado uma mudança de perfil dos que acorrem a esta consulta, “com cada vez mais mulheres a procurarem a consulta”. “As utentes presentes nas consultas encontram-se mais frequentem­ente nas faixas etárias dos 40 aos 55 anos, apesar de cada vez mais jovens, e com hábitos tabágicos desde a adolescênc­ia ou início da idade adulta”, aponta.

Já no que diz respeito ao sexo masculino, nestas consultas são frequentad­as sobretudo por faixas etárias mais elevadas, por norma entre os 50 e os 70 anos, apresentan­do hábitos desde há várias décadas.

Recorde-se que esta se trata de uma consulta multidisci­plinar, que dispõe de uma equipa constituíd­a por um médico, um enfermeiro, um psicólogo e um nutricioni­sta. Na Região, são 13 centros de saúde que disponibil­izam este serviço, que pode ainda ser providenci­ado pelo Serviço de Pneumologi­a no Hospital dos Marmeleiro­s.

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