Jornal Madeira

Ambiente monta operação de inspeção à poluição do mar

A operação realizada no Ribeiro Seco, no âmbito do programa de monitoriza­ção das águas costeiras, deteta redes pluviais contaminad­as por águas residuais.

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

A Direção Regional de Ambiente e Alterações Climáticas (DRAAC) montou uma operação de vistoria ao Ribeiro Seco, no Funchal, com o objetivo de apurar eventuais contaminaç­ões na linha de água.

O diretor regional Manuel Ara oliveira explica que “a contaminaç­ão fecal detetada na nossa frente costeira chega ao mar diretament­e por descarrega­dores de emergência das redes de saneamento básico ou por linhas de água contaminad­as pelo mau funcioname­nto das redes de saneamento municipais, incluindo as redes pluviais, pelo que a Inspeção Ambiental realiza vistorias às linhas de água com o objetivo de identifica­r focos de contaminaç­ão”.

Na operação realizada no contexto do programa de monitoriza­ção às águas costeiras, foram detetadas várias redes pluviais contaminad­as por águas residuais domésticas.

Conforme refere Manuel Ara Oliveira, atualmente, a ilha da Madeira está servida com 50 estações permanente­s de monotoriza­ção das águas costeiras. As centenas de amostras recolhidas todos os anos nestas estações permitem obter informaçõe­s importante­s para a gestão das épocas balneares, mas também para avaliar o desempenho das redes de saneamento básico municipais.

Esta informação, sublinha o diretor regional, “composta pela localizaçã­o georrefere­nciada, documentaç­ão fotográfic­a e análises microbioló­gicas de efluentes domésticos pode auxiliar os municípios a intervir, investindo, corrigindo e, também, atuando junto dos utilizador­es ilegais das sua redes”.

Face à evidência de contaminaç­ão de origem fecal nas massas de água, compete aos municípios identifica­rem os problemas, os usos indevidos das redes municipais de águas domésticas e pluviais, “que só eles conhecem e têm acesso”, acrescenta.

Por sua vez, compete à DRAAC, nos termos da legislação em vigor, enquanto autoridade ambiental, monitoriza­r a qualidade ambiental das massas de águas (costeiras e águas interiores). “Compete também atuar coercivame­nte no caso de descargas de indústrias, caso ocorram diretament­e para o meio recetor natural”, refere Manuel Ara Oliveira.

Segundo o diretor regional, os resultados das 50 estações em contínuo, ao longo de muitos anos, permitem perceber quais as zonas de costa em que surge de forma recorrente contaminaç­ão, em consequênc­ia da malha urbana confinante cujas águas pluviais e residuais escoam por gravidade para uma mesma linha de água.

No caso particular do litoral do Funchal, a cidade mais populosa da Região, o histórico dos últimos cinco anos evidencia particular incidência de contaminaç­ão nas estações Poça do Gomes, Gavinas e Ribeiro Seco.

A Direção Regional de Ambiente e Alterações Climáticas tem notificado as autarquias de todas as irregulari­dades registadas, a fim destas intervirem.

A Direção Regional de Ambiente e Alterações Climáticas tem notificado as autarquias de todas as irregulari­dades registadas, a fim destas intervirem.

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Direção Regional do Ambiente montou uma estratégia para identifica­r origem da poluição.

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