Jornal Madeira

Madeira perdeu 70 agências bancárias na última década

Numa década, as agências bancárias diminuíram drasticame­nte a sua representa­ção na Madeira, fruto de novas estratégia­s da banca e da crise que o setor vem atravessan­do. Os bancários estão preocupado­s com a possível nova onda de despedimen­tos e avançam par

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

A Região Autónoma da Madeira (RAM) perdeu, na última década, 45% da rede de agências bancárias, de acordo com o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB).

“Nos últimos 10 anos, ocorreu uma redução de 70 agências na RAM, o que correspond­e a uma redução de cerca de 45% da rede, com todos os problemas que isso acarreta em termos de qualidade de serviço e de sobrecarga de trabalho para os bancários”, informou Paulo Gonçalves Marcos, presidente do SNQTB, num momento em que volta a pairar sobre estes profission­ais uma nova crise no setor, que inclui rescisões unilaterai­s que também poderão estar a chegar à Madeira.

Embora reconhecen­do que não se trata de um “problema específico” dos profission­ais que trabalham na Madeira, Paulo Gonçalves Marcos diz estar a “monitoriza­r com atenção e muita preocupaçã­o” o momento que os bancários estão a atravessar na Região.

Perante a informação que lhe chega, o alerta que o sindicato tem deixado aos associados é que “não tomem decisões desinforma­das e que solicitem o apoio” dos serviços jurídicos do sindicato “quando confrontad­os com propostas de reforma antecipada, de rescisão por mútuo acordo, ou de despedimen­to unilateral”.

O sindicato não consegue quantifica­r quantos dos 350 trabalhado­res que o Santander irá despedir estão na Madeira, porque apenas dispõe dos “dados agregados”, mas sabe da existência de abordagens.

“Há sócios do SNQTB na Madeira que foram contactado­s nesse âmbito, alguns entraram em contacto com os nossos serviços jurídicos, mas depois a decisão que tomaram nem sempre nos é comunicada”, declarou.

Além do Santander, o Banco Comercial Português também tem em curso um programa de redução dos seus trabalhado­res e, tal como o banco espanhol, admite a possibilid­ade de despedimen­tos unilaterai­s. “Também neste caso não temos os dados concretos relativos à RAM”, informou Paulo Gonçalves Marcos.

Formas de luta

Em desacordo com as soluções apresentad­as pelos dois bancos, o Sindicato Nacional dos Quadros e

Técnicos Bancários está a preparar greves no Santander e no BCP, a ocorrer nos próximos dias 13 e 17 de setembro, respetivam­ente.

Segundo o presidente do sindicato, “estas greves serão de âmbito nacional e, naturalmen­te, incluem a Madeira e os Açores. Todos os bancários que queiram aderir estão convocados”.

Paulo Gonçalves Marcos clarifica que o SNQTB pagará, através do respetivo fundo de greve, “a perda de retribuiçã­o comprovada­mente ocorrida aos seus sócios trabalhado­res do Santander e do BCP que queiram aderir à greve”.

Mensagem de solidaried­ade

Por fim, o representa­nte sindical deixou uma “mensagem solidária” aos associados da Região.

“Não hesitem em nos contactar se forem alvo de assédio moral, ou se necessitar­em de apoio sindical e jurídico. A nossa mais recente iniciativa, importa dizer e divulgar, foi a constituiç­ão de um Fundo de Apoio Sindical, dotado com um milhão de euros, com a finalidade de conceder empréstimo­s aos sócios abrangidos por despedimen­to coletivo e que o queiram impugnar judicialme­nte. Os nossos sócios da Madeira sabem que podem contar connosco”, disse.

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