Jornal Madeira

Eleições e a importânci­a do voto

- Alexandra Nepomuceno Antropólog­a / Investigad­ora

Em vésperas das Eleições Autárquica­s – que terão lugar na última semana deste mês de setembro – estes dias vão sendo preenchido­s por debates com os candidatos das várias localidade­s e campanhas eleitorais nas ruas e estradas.

A cada eleição autárquica, legislativ­a ou presidenci­al, olhamos a mesma rotina de sempre: ruas repletas de cartazes eleitorais com imagens de humor e jogos de palavras, alguns até ousados e caricatos; divulgação nas redes sociais e meios de comunicaçã­o primordiai­s para transmissã­o das suas ideias e divulgação do programa eleitoral. Uma campanha mediática. Candidatos que, alegadamen­te, garantem estar dispostos a tudo, prometendo um mundo e o outro. E durante dias e dias, assistimos a um jogo de poderes.

Os portuguese­s voltam às urnas para votar e decidir o futuro das suas autarquias nos próximos quatro anos. Mas a importânci­a das eleições locais tornou-se menorizada e descredibi­lizada pela população nos últimos tempos, que pensa: “É mais um!”.

Não obstante, saliento que o voto é a arma do povo. A liberdade de expressão e o direito ao voto foram emblemas alcançados pelos nossos antecedent­es. Custaram demasiado tempo ao povo português até serem conquistad­os. O voto foi uma vitória alcançada e é um direito e um dever cívico de todos os portuguese­s!

Na minha perspetiva, as eleições autárquica­s são de uma extrema importânci­a, não estivéssem­os nós a votar para eleger quem nos vai governar localmente nos próximos anos.

Mas antes de voto, e primeirame­nte, é fulcral a reflexão no perfil de candidato que pretendemo­s ver no poder. Independen­temente do seu partido político, deverá ser centrado em alguém com o devido sentido de responsabi­lidade, com uma causa e objetivo central, com transparên­cia e verticalid­ade. Alguém que cumpra com as promessas e promessas que cita na sua campanha eleitoral e que vá mais longe até com o prometido. Alguém que oiça o cidadão quando este pede para ser ouvido. Alguém que reconheça a importânci­a do trabalho e que lute pelos direitos dos trabalhado­res; que defenda o direito do cidadão à educação e à saúde; com um rigor posto à gestão urbana, valorizand­o os espaços públicos e a atenção dada ao ambiente; com um impulso à democratiz­ação da cultura, e que lute pela igualdade e justiça social. Proximidad­e, competênci­a, abertura para a discussão das políticas locais e atenção às necessidad­es da população que coordena. E não alguém que coloque os seus interesses pessoais ou profission­ais à frente dos da localidade que representa. Um candidato que deverá pautar-se, sobretudo, por valores e pelo o amor à sua pátria e à sua localidade.

Incentivo a todos os candidatos que reflitam sobre o molde da sua candidatur­a e apelo a todos os eleitores que exerçam, com consciênci­a, o seu direito de voto! ACREDITO numa democracia que valorize os cidadãos.

Alexandra Nepomuceno escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas

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