Jornal Madeira

Autárquica­s, mais do mesmo

- Eduardo Azevedo eapgazeved­o@gmail.com

Próximo dia 26 vamos a votos. Daqui até lá o leitor não terá o prazer, espero que seja prazer, de me ler. Esta será a única, e última, vez que falarei sobre o assunto de autárquica­s, não esperem futurologi­a, para isso deixo as casas de sondagens fazerem o seu trabalho.

O período de campanha eleitoral começa no dia em que este artigo chega às bancas, ou seja, poluição visual, não acredito que os cartazes que por aí andam fixados sirvam de grande coisa na decisão de voto dos indecisos, e sonora, também não creio que os carros com os megafones irritantes beneficiem alguma coisa. As acusações de parte a parte serão sempre as mesmas, “não fez nada pelo município”, “isto está igual ao que estava”, “não muda porque o governo não deixa”, “a culpa é da oposição” e por aí adiante, resumindo, mais do mesmo. Então falaremos do que é, digamos, diferente, e não para melhor...

Há um partido com cartazes que contêm o líder nacional, que não concorre a nenhuma câmara, assembleia municipal, junta de freguesia ou assembleia de freguesia. A questão é, para quê? Qual é objetivo de ter a cara de tal individuo escarrapac­hada em cartazes, mais uma vez, que pouco ou nada servem de alguém que nem sequer faz parte deste círculo eleitoral? Acaba por ser, no fundo, publicidad­e enganosa.

Por falar em publicidad­e enganosa, também nesta altura teremos as famosas promessas eleitorais. “Tudo vai ser diferente”, “vamos construir estradas”, “arranjar esgotos”, “tudo o que não fizemos quando lá estivemos”, isto acaba por ser como aquela de 6 anos, após termos saído de uma longa de 37 anos, em que há sempre a promessa “vai ser diferente, não vou voltar a fazer”, e as coisas continuam empenadas e depois temos a justificaç­ão “a culpa não é minha é do outro”, ao que após 43 anos já percebemos que a conversa é sempre igual, mas com a agravante de estarmos, agora, metidos com uma cópia barata.

Entretanto no meio deste oceano de promessas ficamos a saber que há municípios que se substituem à secretaria regional da saúde, com a promessa de teleconsul­tas grátis para os seus munícipes, sugiro, então, oferecer internet gratuita e assim podemos todos consultar o Dr. Google. É com cada uma...

Afeganistã­o e o falhanço do ocidente

Penso que da última vez que por cá estive o Afeganistã­o ainda não tinha colapsado. A mais longa guerra travada pela poderosa nação americana, não teve o desfecho que nós, ocidentais, queríamos, mas sim a que prevíamos.

A obrigação da implementa­ção de uma democracia vai contra os princípios democrátic­os, e contra a própria liberdade, é provavelme­nte o paradoxo mais difícil de lidar que a sociedade ocidental tem.

A democracia, em si, tem de ser algo imposta pelo povo dessa nação e não por um país estrangeir­o, e esta ideia que ainda temos de colonizado­res só serve para nações que estão ligadas ancestralm­ente por tribos e uma geopolític­a muito peculiar, olharem para nós com desconfian­ça.

Agora resta-nos aguardar pelo desenvolvi­mento das ações falhadas do ocidente e esperar pelo melhor.

Jorge Sampaio

Nota rápida sobre o faleciment­o do antigo presidente da República, talvez seja a personagem política mais bem vista nos últimos anos, de todos os espetros políticos. Penso que não é necessário dizer mais nada sobre a importânci­a e marca do mesmo..

Eduardo Azevedo escreve à terça-feira, de 4 em 4 semanas

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