Descentralização e bazuca temas centrais
A campanha eleitoral, recorde-se, vai até o dia 24 de setembro. As eleições realizam-se a 26.
A descentralização de competências para os municípios e as verbas e transparência do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverão ser temas centrais desta campanha autárquica, em que o próximo Orçamento também não ficará de fora.
A agência Lusa questionou os partidos com assento parlamentar em que temas nacionais irão os líderes apostar na campanha autárquica, além dos assuntos específicos de cada município.
Pelo PS, o secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, apontou o PRR e a descentralização como temas a abordar, salientando que o contributo dos autarcas socialistas será “crucial” para a execução dos fundos europeus.
O PSD preferiu não antecipar temas em concreto a abordar por Rui Rio, com fonte oficial do partido a referir que estes dependerão da “dinâmica da campanha”.
Já o gabinete de imprensa da CDU elegeu como temas fortes da intervenção do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, “a importância do reforço” da coligação e “a necessidade de resposta a problemas que marcam a vida do país e dos trabalhadores”.
O Bloco de Esquerda promete que o discurso da coordenadora, Catarina Martins, se irá centrar “na apresentação de propostas para o próximo mandato autárquico”, destacando temas como a "urgência de uma política de habitação pública" e "uma política de transportes públicos que chegue a todo o território e que garanta a progressiva gratuitidade - a começar já pelas pessoas desempregadas, pelos jovens e idosos”.
O CDS-PP elege como bandeira principal a diminuição de impostos, assegurando que irá chamar a atenção para “a necessidade urgente de haver uma diminuição do IRC, dos impostos sobre os combustíveis e eletricidade e uma redução dos escalões e taxas do IRS, já no Orçamento do Estado para 2022”.
O PAN quer incluir na campanha matérias como o combate à pobreza e a resposta aos problemas relacionados com a habitação e contra “o extremar de visões e de discursos antidemocráticos” e discriminatórios.
O Chega admite que o PRR será “um dos temas que marcará a campanha eleitoral”, sobretudo no que diz respeito à “criação de mecanismos de controlo e de garante da eficácia da aplicação da chamada bazuca”.
O presidente da IL, João Cotrim Figueiredo, “não deixará de relacionar os temas de âmbito nacional com as realidades locais”, assegurou a sua assessoria, apontando como exemplo uma ação recente das candidaturas de Loures, Mafra e Odivelas sobre o fim do contrato da PPP no Hospital Beatriz Ângelo que foi aproveitada para “partilhar a visão liberal de um sistema de saúde universal”, baseado na liberdade de escolha e na concorrência entre prestadores de cuidados de saúde.