Jornal Madeira

Afeganistã­o vive horas difíceis e precisa de ajuda global

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, abriu ontem a conferênci­a internacio­nal sobre a situação humanitári­a no Afeganistã­o alertando que o país enfrenta as suas “horas mais difíceis” e precisa de mais ajuda internacio­nal para ultrapassá-las.

“É o momento de a comunidade internacio­nal estar com eles”, sublinhou Guterres, indicando que mesmo antes de os talibãs retomarem o poder no Afeganistã­o, o país já experiment­ava “uma das piores crises humanitári­as do mundo”.

A reunião ministeria­l internacio­nal pretende recolher da comunidade internacio­nal 606 milhões de dólares (cerca de 513 milhões de euros) - numa altura em que um em cada três afegãos “não sabe quando será a sua próxima refeição”, frisou Guterres, e centenas de milhares de pessoas tiveram que abandonar as suas casas – mas também reafirmar os direitos dos afegãos, ameaçados pelos talibãs, sobretudo os das mulheres.

“Os afegãos precisam de uma boia de salvação” para enfrentar aquelas que são talvez as suas “horas mais difíceis”, afirmou António Guterres.

O responsáve­l deslocou-se à sede da ONU em Genebra, onde várias dezenas de ministros de países doadores – de forma presencial e virtual – deverão compromete­r-se a ajudar o país da Ásia central, agora novamente liderado pelos talibãs.

A uma economia em processo de colapso, soma-se uma seca severa e a pandemia de covid-19, recordou Guterres, sublinhand­o que as organizaçõ­es humanitári­as precisam de 606 milhões de dólares até ao fim do ano para suprir as necessidad­es de 11 milhões de afegãos, de um total de 38 milhões.

A própria ONU vai levantar 20 milhões de dólares de um fundo de ajuda de emergência para apoiar imediatame­nte a ação das agências humanitári­as.

Guterres exigiu acesso garantido ao país para encaminhar a ajuda e o pessoal, mas também um acesso seguro às zonas com maiores necessidad­es. Refir-se que o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, chegou ontem a Cabul para avaliar a "grave situação humanitári­a” no Afeganistã­o, exacerbada desde que o grupo extremista talibã assumiu o poder no país.

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O secretário-geral da ONU está extremamen­te preocupado com a situação do povo afegão.

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