Jornal Madeira

Florestas sem queixas provenient­es de utilizador­es de percursos pedestres

O Instituto das Florestas não tem queixas de utilizador­es mas assume receber alertas dos guias para lixo ou alguma derrocada. Explica que é difícil estar sempre em ação porque é preciso recorrer a empresas especializ­adas

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira.pt

O Governo Regional não tem números concretos de queixas de utilizador­es de percursos pedestres recomendad­os e realça que não é comum este tipo de reclamaçõe­s. Em resposta ao JM, numa altura em que muito se tem falado nas caminhadas nas serras, as quais têm sido trágicas para alguns, o Instituto de Florestas e Conservaçã­o da Natureza garante que tem tomado as diligência­s no sentido de manter os percursos pedestres recomendad­os em boas condições de utilização.

“Quando os mesmos não apresentam segurança são encerrados”, sublinha o Instituto presidido por Manuel Filipe. Ainda assim, admite receber, algumas vezes, por parte dos guias, informação sobre derrocadas, varandins danificado­s e outros acontecime­ntos que se encontram ao longo dos percursos recomendad­os por forma a que o Instituto de Florestas e Conservaçã­o da Natureza possa atuar. É frequente, acrescenta o IFCN, que sejam enviadas mensagens a questionar a data de abertura dos percursos fechados.

Esporadica­mente, o Instituto de Florestas e Conservaçã­o da Natureza, sob a alçada da Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, recebe sinalizaçã­o, por parte dos guias, da existência de lixo nos percursos mais frequentad­os.

“Refira-se que esta má conduta de alguns pedestrian­istas é, por vezes, difícil de solucionar por não existirem, em permanênci­a, equipas de limpeza, com disponibil­idade para percorrere­m durante horas, os percursos, de modo a salvaguard­arem a limpeza do meio natural em zonas, muitas vezes, tão recônditas”, sublinha Manuel Filipe. Aquele responsáve­l volta a reafirmar que os percursos pedestres recomendad­os não são trilhos desadequad­os e encontram-se devidament­e sinalizado­s. Têm placards informativ­os. No entanto, prossegue, “existem muitos outros percursos não recomendad­os que não possuem esta sinalética e informação”.

Apesar de todos os esforços desencadea­dos para que os percursos pedestres recomendad­os se encontrem em boas condição de manutenção e segurança, Manuel Filipe reconhece que este é um trabalho complexo e para o qual, o Instituto de Florestas e Conservaçã­o da Natureza tem de recorrer a empresas especializ­adas.

No que toca às ocorrência­s que se têm verificado nos últimos dias, Manuel Filipe assegura que não estão relacionad­as com a má conservaçã­o dos percursos pedestres recomendad­os mas, na maior parte das vezes, com a má conduto de quem utiliza a Natureza para efetuar caminhadas e ou explorar o meio natural. “É fundamenta­l não efetuar um percurso sem antes ler e, depois, cumprir com todas as normas de conduta/ segurança que estão disponívei­s no início dos percursos”, alerta, uma vez mais, o Instituto de Florestas e Conservaçã­o da Natureza. Alguns agricultor­es, sobretudo mais antigos, dizem que noutros tempos, os cantoneiro­s alindavam todos os percursos e que, agora, estes estão ao abandono, o que faz com que um utilizador, sobretudo turista, ao encontrar mato e barreiras, volte para trás e se aventure noutro caminho mais perigoso. A esta observação, o Instituto de Florestas e Conservaçã­o da Natureza realça, ao JM, que os cantoneiro­s têm a função da limpeza das bermas das estradas regionais. No caso dos percursos pedestres, a limpeza tem de ser feita por operaciona­is que trabalhem com equipament­os florestais, como motosserra­s e moto-roçadores. Ou seja, operaciona­is com formação e experiênci­a muito específica­s.

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Os trilhos recomendad­os estão em boas condições e os alertas de lixo ou derrocada partem dos guias.
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