Florestas sem queixas provenientes de utilizadores de percursos pedestres
O Instituto das Florestas não tem queixas de utilizadores mas assume receber alertas dos guias para lixo ou alguma derrocada. Explica que é difícil estar sempre em ação porque é preciso recorrer a empresas especializadas
O Governo Regional não tem números concretos de queixas de utilizadores de percursos pedestres recomendados e realça que não é comum este tipo de reclamações. Em resposta ao JM, numa altura em que muito se tem falado nas caminhadas nas serras, as quais têm sido trágicas para alguns, o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza garante que tem tomado as diligências no sentido de manter os percursos pedestres recomendados em boas condições de utilização.
“Quando os mesmos não apresentam segurança são encerrados”, sublinha o Instituto presidido por Manuel Filipe. Ainda assim, admite receber, algumas vezes, por parte dos guias, informação sobre derrocadas, varandins danificados e outros acontecimentos que se encontram ao longo dos percursos recomendados por forma a que o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza possa atuar. É frequente, acrescenta o IFCN, que sejam enviadas mensagens a questionar a data de abertura dos percursos fechados.
Esporadicamente, o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, sob a alçada da Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, recebe sinalização, por parte dos guias, da existência de lixo nos percursos mais frequentados.
“Refira-se que esta má conduta de alguns pedestrianistas é, por vezes, difícil de solucionar por não existirem, em permanência, equipas de limpeza, com disponibilidade para percorrerem durante horas, os percursos, de modo a salvaguardarem a limpeza do meio natural em zonas, muitas vezes, tão recônditas”, sublinha Manuel Filipe. Aquele responsável volta a reafirmar que os percursos pedestres recomendados não são trilhos desadequados e encontram-se devidamente sinalizados. Têm placards informativos. No entanto, prossegue, “existem muitos outros percursos não recomendados que não possuem esta sinalética e informação”.
Apesar de todos os esforços desencadeados para que os percursos pedestres recomendados se encontrem em boas condição de manutenção e segurança, Manuel Filipe reconhece que este é um trabalho complexo e para o qual, o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza tem de recorrer a empresas especializadas.
No que toca às ocorrências que se têm verificado nos últimos dias, Manuel Filipe assegura que não estão relacionadas com a má conservação dos percursos pedestres recomendados mas, na maior parte das vezes, com a má conduto de quem utiliza a Natureza para efetuar caminhadas e ou explorar o meio natural. “É fundamental não efetuar um percurso sem antes ler e, depois, cumprir com todas as normas de conduta/ segurança que estão disponíveis no início dos percursos”, alerta, uma vez mais, o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza. Alguns agricultores, sobretudo mais antigos, dizem que noutros tempos, os cantoneiros alindavam todos os percursos e que, agora, estes estão ao abandono, o que faz com que um utilizador, sobretudo turista, ao encontrar mato e barreiras, volte para trás e se aventure noutro caminho mais perigoso. A esta observação, o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza realça, ao JM, que os cantoneiros têm a função da limpeza das bermas das estradas regionais. No caso dos percursos pedestres, a limpeza tem de ser feita por operacionais que trabalhem com equipamentos florestais, como motosserras e moto-roçadores. Ou seja, operacionais com formação e experiência muito específicas.