Tribunal vai visionar imagens de vigilância
O coletivo presidido pela juíza Carla Meneses agendou para o dia 21 de outubro o visionamento das imagens do circuito de vigilância do bar da Rua das Hortas, onde, em novembro do ano passado, um homem de 64 anos disparou sobre duas pessoas, provocando a morte de uma delas.
Ontem, no Juízo Central Criminal do Funchal, prosseguiu o julgamento do caso que leva ao banco dos réus um homem acusado da prática dos crimes de coação, detenção de arma proibida e dois crimes de homicídio qualificado, um deles na forma tentada.
Na primeira sessão, ocorrida na passada semana, o arguido alegou ter sido atacado pela vítima e disse ter agido em legítima defesa. No entanto, vários pontos da sua versão foram contrariados pelos depoimentos de testemunhas, ouvidas ontem.
Perante o tribunal, as testemunhas afirmaram que as vítimas e o arguido faziam parte do mesmo grupo e que nada fazia prever o desfecho, uma vez que o ambiente se manteve aparentemente calmo ao longo da noite.
De acordo com a empregada que estava ao balcão, a vítima terá perguntado ao arguido se não pagava uma rodada, tendo este último respondido que já o teria feito e, depois de contrariado, disse que pagaria no dia seguinte. Pouco depois terá saído do bar, na companhia de uma amiga e regressado meia hora depois, com uma arma.
Um agente da PSP descreveu o momento da detenção, quando foi avistado um carro que coincidia com as descrições que tinham sido transmitidas e afirmou que o arguido nunca mencionou ter sido o responsável dos disparos ou que se ia entregar, contrariando as suas declarações em tribunal.
Foi ainda ouvido um inspetor da PJ que negou a possibilidade de terem sido manipuladas as imagens de videovigilância, quando confrontado pelo advogado de defesa. “Ninguém alterou as imagens”, assegurou. “As imagens são contínuas, não há nenhum corte”.