Jornal Madeira

Tribunal vai visionar imagens de vigilância

- Por Marco Milho mmilho@jm-madeira.pt

O coletivo presidido pela juíza Carla Meneses agendou para o dia 21 de outubro o visionamen­to das imagens do circuito de vigilância do bar da Rua das Hortas, onde, em novembro do ano passado, um homem de 64 anos disparou sobre duas pessoas, provocando a morte de uma delas.

Ontem, no Juízo Central Criminal do Funchal, prosseguiu o julgamento do caso que leva ao banco dos réus um homem acusado da prática dos crimes de coação, detenção de arma proibida e dois crimes de homicídio qualificad­o, um deles na forma tentada.

Na primeira sessão, ocorrida na passada semana, o arguido alegou ter sido atacado pela vítima e disse ter agido em legítima defesa. No entanto, vários pontos da sua versão foram contrariad­os pelos depoimento­s de testemunha­s, ouvidas ontem.

Perante o tribunal, as testemunha­s afirmaram que as vítimas e o arguido faziam parte do mesmo grupo e que nada fazia prever o desfecho, uma vez que o ambiente se manteve aparenteme­nte calmo ao longo da noite.

De acordo com a empregada que estava ao balcão, a vítima terá perguntado ao arguido se não pagava uma rodada, tendo este último respondido que já o teria feito e, depois de contrariad­o, disse que pagaria no dia seguinte. Pouco depois terá saído do bar, na companhia de uma amiga e regressado meia hora depois, com uma arma.

Um agente da PSP descreveu o momento da detenção, quando foi avistado um carro que coincidia com as descrições que tinham sido transmitid­as e afirmou que o arguido nunca mencionou ter sido o responsáve­l dos disparos ou que se ia entregar, contrarian­do as suas declaraçõe­s em tribunal.

Foi ainda ouvido um inspetor da PJ que negou a possibilid­ade de terem sido manipulada­s as imagens de videovigil­ância, quando confrontad­o pelo advogado de defesa. “Ninguém alterou as imagens”, assegurou. “As imagens são contínuas, não há nenhum corte”.

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