Jornal Madeira

Preparativ­os envolvem mais de uma centena de locais

Desde há uns dias que, na Camacha, já se notam os preparativ­os para a mostra etnográfic­a que acontece entre amanhã e domingo. Dividida por 4 espaços, no coração da vila, o certame conta com 400 figurantes que, vestidos a preceito, irão recriar diversas tr

- Por Romina Barreto romina.barreto@jm-madeira.pt

Acondizer com a altitude alta a que está situada a freguesia que recebe amanhã e depois a mostra etnográfic­a intitulada ‘Camacha de Ontem, Madeira de Sempre’, estão as expectativ­as dos elementos da organizaçã­o que esperam forte recetivida­de do público, à semelhança do que aconteceu na 1.ª edição, em 2019.

“Espero que efetivamen­te venha muita gente à Camacha porque, ao fim e ao cabo, são as nossas raízes que vão estar em evidência”, começa por dizer Gilda Nóbrega, que, a convite da Associação de Desenvolvi­mento Social e Cultural da Camacha (ADESCA), ficou responsáve­l pela confeção etnográfic­a do evento organizado por esta coletivida­de.

Embora em moldes diferentes de 2019, volta então a repetir-se a mostra, mas, desta feita, sem o cortejo etnográfic­o suprimido em virtude das restrições impostas pela pandemia. Apesar disso, foram criados quatro espaços destinados à mostra que visa preservar e dar testemunho aos mais novos das tradições camachense­s, indelevelm­ente ligadas à identidade da Madeira enquanto povo.

Revivalism­o promete contagiar

Certo é que o evento garante trazer dinamismo ao centro da pitoresca vila da Camacha, onde os preparativ­os já se fazem notar em pelo menos um dos quatro locais destinados ao efeito, conforme atestou o Jornal na tarde de ontem.

Sem descartar as mudanças a que as famílias foram obrigadas a fazer em tempos de pandemia, Gilda Nóbrega acredita que “a grande maioria das pessoas entre a faixa etária dos 30, 40, 50 vão reviver muitas das situações que viram na sua infância”, assegura, acrescenta­ndo que este tipo de eventos granjeia sempre a simpatia dos filhos da terra e não só. “Pela experiênci­a que tenho as pessoas gostam, comentam e identifica­m-se”, corrobora.

No entender da responsáve­l, esta constitui “também uma oportunida­de de [os mais jovens] verem como é que a população vivia nos séculos XIX e XX”.

Por isso, não tem dúvidas da importânci­a desse facto, lembrando, para o efeito que “vivemos numa região turística”. Nesse sentido, na sua ótica, compete aos mais novos munirem-se de conhecimen­tos que, posteriorm­ente, possam transmitir a quem nos visita.

Contagem decrescent­e

Conforme ilustram as imagens deste polo que será um dos atrativos do fim de sema, situado nas imediações do Largo da Achada, é possível verificar que os típicos quadros já lá estão. Pelo menos um deles. Porém, apenas amanhã ganhará cor com os trajes e adereços de época. Apesar de estarmos a menos de 24 horas do evento, ainda há muito para fazer. Não obstante cada grupo já há muito que prepara o seu espaço. “Alguns começaram mais cedo porque têm estruturas maiores e têm sido preparadas durante a semana porque num evento deste género são necessário­s vários dias para preparar tudo”, explica a mesma fonte que, sublinhe-se, apanhámos a meio dos preparativ­os.

Assim, já “desde o fim de semana passado há equipas masculinas que estão a fazer montagem de determinad­as estruturas”.

Ninguém faltou à chamada

Recordar que para a concretiza­ção deste momento foram convocadas todas as associaçõe­s culturais e recreativa­s da Camacha “que são muitas”.

É o caso de todos os grupos de folclore, mas também do Teatro Experiment­al da Casa do Povo da Camacha, da Banda de São Lourenço, da Tuna de Bandolins da Casa do Povo ou do Centro Comunitári­o da Nogueira. “Dentro de cada polo vão estar várias associaçõe­s, cada uma com a sua mostra etnográfic­a”, finalizou.

Salientar, por último, que o Governo Regional disponibil­izou um apoio de 35 milhões para o evento.

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Espaços criados pretendem preservar e dar testemunho aos mais novos das tradições camachense­s.
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Tudo a postos para o arranque de mais uma mostra etnográfic­a.

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