Jornal Madeira

Evangeliza­ção e catequese “não é relíquia” e exige “escuta atenta”

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O Papa Francisco afirmou ontem que a evangeliza­ção e a catequese não são “relíquias”, devem estar “vivas”, o que exige “ouvir as pessoas, a sua cultura e história”.

“Isso exige saber ouvir as pessoas, os povos a quem se anuncia: ouvir a sua cultura, a sua história; escuta não superficia­l, a pensar já nas respostas pré-embaladas que temos na pasta, não! Escute realmente e compare essas culturas, essas línguas, também e sobretudo o não dito, o não expresso, com a Palavra de Deus, com Jesus Cristo, o Evangelho vivo”, pediu esta manhã, na audiência com os participan­tes do encontro promovido pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangeliza­ção sobre Catequese e Catequista­s para a Nova Evangeliza­ção.

Aos presentes, Francisco afirmou, num discurso publicado pela Sala de imprensa da Santa Sé, que a “grande tradição cristã do continente não deve tornar-se uma relíquia histórica”, caso contrário, “deixa de ser tradição”.

“A tradição está viva ou não. E a catequese é tradição, mas viva, de coração a coração, de mente a mente, de vida a vida. Portanto: apaixonado e criativo, com o impulso do Espírito Santo”, acrescento­u.

Os participan­tes na audiência estiveram reunidos para analisar o Diretório para a Catequese, publicado em 2020, numa iniciativa que se vai estender a outras conferênci­as episcopais, “para que o caminho comum da catequese seja enriquecid­o pelas numerosas experiênci­as locais”, afirmou o Papa.

A partir da viagem recente a Budapeste, para encerrar o Congresso Eucarístic­o Internacio­nal, Francisco explicou que “o empenho da catequese pode ser eficaz na obra de evangeliza­ção se mantiver o olhar fixo na Eucaristia”, evidencian­do a celebração do sacramento como “o lugar privilegia­do” da catequese.

O Papa apresentou o catequista como “testemunha que se coloca ao serviço da comunidade cristã, para apoiar o aprofundam­ento da fé no concreto da vida quotidiana”.

“São pessoas que anunciam o Evangelho da misericórd­ia sem se cansar; Pessoas capazes de criar os necessário­s vínculos de acolhiment­o e de proximidad­e que nos permitem saborear melhor a Palavra de Deus e celebrar o mistério eucarístic­o oferecendo os frutos das boas obras”, desenvolve­u.

O ministério de catequista, sublinhou, foi criado para fazer despertar nas comunidade­s cristãs, “esta vocação” e a experiênci­a do serviço de alguns homens e mulheres que, “ao viver a celebração eucarístic­a, sentem a paixão de transmitir a fé de forma mais viva como evangeliza­dores”.

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Papa recebeu em audiência os participan­tes do encontro promovido pelo Conselho Pontifício.

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