Governo acusa Costa de mentir sobre hospital
A Secretaria de Finanças diz não ser verdade que a República já tenha pago faturas da obra do Hospital Central da Madeira, no valor de mais de 3 milhões de euros.
Surpreendido e reativo. Foi assim que o Governo Regional se mostrou perante duas afirmações de António Costa que, numa ação de campanha realizada anteontem, na Madeira, enquanto líder do Partido Socialista ao nível nacional, afirmou que o
Governo da República já pagou faturas da obra do novo Hospital Central da Madeira, no valor de mais de três milhões de euros e que o Governo da República já assumiu que vai pagar os 50 por cento de todo o investimento.
Considerando estas afirmações incorretas, a Secretaria Regional de Finanças reagiu, ontem, através de um comunicado, por forma a repor a verdade dos factos. A Secretaria tutelada por Rogério Gouveia defendeu, em primeiro lugar, que não é verdade que já tenham sido pagas quaisquer faturas da obra do novo hospital. Acrescentou ainda que o Governo Regional “já procedeu ao envio das faturas, respeitantes ao pagamento dos dois primeiros autos de medição da obra em curso, sem que até ao momento tenha tido qualquer resposta ou entrado qualquer valor nas contas da Região".
"Por outro lado, e apesar de enquanto primeiro-ministro, e até como secretário-geral do PS, António Costa se ter comprometido com o financiamento de 50% da obra do novo Hospital Central da Madeira, por diversas vezes, a verdade é que aquilo que foi determinado pelo Conselho de Ministros é que o Go
verno da República continua descontar o valor da avaliação do Hospital dos Marmeleiros e o do Hospital Dr. Nélio Mendonça ao valor que o Estado português vai comparticipar da obra – tal como expresso na Resolução 132/2018 publicada em Diário da República a 10 de outubro –, não atingindo sequer 30% de comparticipação”, explica a Secretaria Regional de Finanças.
Oportunidade que o Executivo madeirense aproveita, deste modo, para, ironicamente, falar da “distribuição de abraços, sorrisos e palmadinhas nas costas pela frente”, enquanto, “por detrás, facadas nas costas”, denunciadas por António Costa. A concluir, a Secretaria Regional de Finanças deduz que certamente as declarações do primeiro-ministro António Costa não eram dirigidas ao Governo Regional.