Maioria dos docentes tem mais de 50 anos
A maioria dos professores tem mais de 50 anos, sendo os docentes do ensino pré-escolar público os mais velhos, segundo estatísticas oficiais divulgadas ontem, que mostram que há apenas oito educadores de infância com menos de 30 anos.
Em apenas dez anos duplicou a percentagem de docentes que tem pelo menos 50 anos, revelam dados da Direção-geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) numa análise ao perfil dos professores entre o ano letivo de 2009/2010 e 2019/2020.
Olhando apenas para a rede pública, é no pré-escolar que se encontram os docentes mais velhos, com uma idade média de 54 anos. Dos 8.657 educadores de infância que trabalhavam na rede pública em 2019/2020, apenas oito estavam abaixo dos 30 anos. A grande maioria – 6.831 - tinha pelo menos 50 anos.
Nos outros níveis de ensino, a média de idades também está acima dos 50 anos. A única exceção é nas escolas do 2.º ciclo, onde os professores têm em média 49 anos.
Entre os 24.430 docentes que trabalham nas escolas públicas do 1.º ciclo, apenas 33 têm menos de 30 anos e 2.336 têm entre 30 e 39.
No 2.º ciclo, a situação é semelhante, com mais de metade dos quase 20 mil docentes a terem pelo menos 50 anos, segundo o ‘Perfil do Docente 2019/2020’.
A maioria dos professores que dá aulas a partir do 9.º ano tem mais de 50 anos, quando em 2009/2010 representavam apenas 23,1% do total.
Depois dos docentes do pré-escolar (média de 54 anos), surgem os do 2.º ciclo (52 anos), seguidos dos do 3.º ciclo e secundário (51 anos) e dos do 1.º ciclo (49 anos).
As escolas públicas têm professores mais velhos do que as privadas e é no norte e centro do país onde se nota mais o envelhecimento da classe docente
Ao longo dos últimos dez anos, notou-se também uma diminuição de professores nas escolas. A taxa média de crescimento anual foi negativa, sendo de destacar as escolas de 3.º ciclo e secundário que passaram de 91 mil docentes para menos de 77 mil em 2019/2020.