Nenhum sistema vulcânico está "fora do normal”
Os Açores têm 26 sistemas vulcânicos ativos, mas nenhum apresenta registos “fora do normal” e a última erupção vulcânica ocorreu há mais de 20 anos, adiantou o presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos
Açores (CIVISA).
“Atualmente não temos nenhum sistema vulcânico que esteja fora do normal. De quando em vez, temos alguns incrementos da atividade sísmica. Normalmente, esse é o indicador que tem revelado algumas alterações, momentaneamente, em alguns sistemas”, avançou, em declarações à Lusa, o presidente do CIVISA, Rui Marques.
De acordo com o responsável, apesar da atual acalmia, o cenário a que se assiste na ilha de La Palma, nas Canárias, onde o vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção no domingo, pode vir a ocorrer nos Açores, onde existem 26 sistemas vulcânicos ativos, oito dos quais submarinos, espalhados por todas oito das nove ilhas do arquipélago, com exceção de Santa Maria.
“Temos toda essa diversidade de centros eruptivos, desde o vulcanismo fissural até ao vulcanismo central muito explosivo. Só na ilha de São Miguel temos este espetro todo”, adiantou Rui Marques.
O vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial, que entrou em erupção em 1957, é o que está mais presente na memória dos açorianos, pela destruição que provocou e pela vaga de emigração que gerou.
A última erupção vulcânica registada na região ocorreu, no entanto, em 1998, ao largo da ilha Terceira, junto à freguesia da Serreta. Foi uma erupção submarina e não provocou estragos.
A atividade sismovulcânica nos Açores é monitorizada por uma equipa de cerca de cinco dezenas de investigadores, do CIVISA e do Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR), com base em três redes: uma sísmica, uma geoquímica de gases e uma de GNSS (sistema de navegação por satélite).