Sondagens há muitas
Éverdade. As sondagens são como os chapéus. E os palermas também. Há muitos. São, portanto, pouco valorizáveis. Oferecem pouca fiabilidade. Os chapéus voam. Os palermas são esquecidos. As sondagens valem o que valem. O que eu sei é que não há melhor sondagem do que a de hoje. Até aqui foram só intenções à distância e sem qualquer tipo de vínculo ou responsabilidade. Talvez por isso, ora ia o Funchal à frente. Ora havia Confiança. Ora voltavam-se a trocar as intenções de voto… E se insistíssemos na questão seguramente que um dia até daria o PTP em primeiro. É assim! Não há volta a dar. São para todos os (des)gostos.
Mas e porque é que são assim então? Uns dirão que são manipuladas, eu sei. Mas queria concentrar-me agora nos que se dão ao trabalho de pensar e não em ser apenas do contra.
Pessoalmente acredito que as respostas às perguntas dependem de muitos factores. Por exemplo, se a inquisição for num dia de semana, ali por volta das 17:30/18h e apanharem o inquirido preso no trânsito, a tentação será votar na oposição. Mas se for ao fim de semana e tiver acabado de receber um cabaz, um trem de cozinha, um faqueiro e um conjunto de chá, a simpatia para com o poder local é inquestionável. E eu não critico! Até eu. Quem não gosta de se abastecer na fábrica Semedão?!
Levado por esta onda de sondagens díspares, decidi, eu também, encomendar algumas. A “Intersantus” foi questionando alguns dos meus amigos se eles eram capazes de trair as suas mulheres. Na presença das companheiras, todos disseram que não. De forma peremptória. Sem pestanejar. Portanto, maioria absoluta para o Não!
Já a “Eurocontagem” repetiu o processo, mas já na ausência das caras metades e em grupo, todos disseram que sim! Cresceram 2 palmos. Fizeram pose. Até deram nomes, coisa que nem era pedida no questionário… Estava reunida então a maioria do lado do Sim!
Perante tamanha discrepância de resultados decidi fazer eu uma 3.ª tentativa. Inquirir um a um. Impedir assim a presença de terceiros para que não se sentissem condicionados. Nem tinham a polícia ao lado, nem se fazia sentir o efeito de grupo garanhão.
Surpresa das surpresas… 50/50! Empate técnico. Nada de maiorias absolutas. E o que é certo é que a vida tem corrido. Alguns dos que tinham votado Não, já se arrependeram do sentido do voto e foram apanhados com as calças na mão e mudaram de partido. Outros só dormiram com o inimigo, mas não deixaram cair a aliança. Já dos que diziam “Sim, eu trairia”, muitos vão a caminho das bodas de prata…
Enfim. Homens…
Acredito que a esta hora, as mulheres dos meus amigos se estejam a descabelar. A pensar se o marido delas está incluído nesta amostra! Aviso já que não cedo a pressões. Não me vergo a chantagens. Jamais divulgarei os dados. Os meus amigos podem estar tranquilos. Fica entre nós.
Quanto às mulheres, nada temam. Façam como os políticos. Esforcem-se por manter o lugar. Mas dediquem-se todos os dias e não só de 4 em 4 anos. Vão ver que corre tudo bem! E se, por algum motivo, acontecer algum “imprevisto”, não desanimem. Haverá sempre um tacho à espera. Eventualmente um subsídio chorudo. Sempre merecido, diga-se de passagem…
Isto serve para os homens também. Desiluda-se o macho que acredita que sabe sempre onde está a mulher. Disso só o viúvo se pode gabar. Desengane-se também aquele que pensa que tem a titularidade garantida. Experimentem perder a forma física ou ter 2 ou 3 jogos menos conseguidos que vão ver se não acabam no banco de suplentes. Pessoalmente acho que mais vale não arriscar… Tenho a certeza que teria muito mais dificuldade em arranjar novo “clube” do que a minha mulher. E também já não tenho idade para ir treinar à experiência!
Bem, não vos tiro mais tempo. Mas façam-me um favor. Arranjem um tempinho e vão votar. Votem em branco. Em preto. No quadradinho. Fora dele. No que bem entenderem. De preferência em consciência! Mas também não quero pedir demais. Olhem, votem. Senão depois não se queixem. Esta é a única oportunidade que temos para poder escolher de quem dizer mal e cobrar tudo o que prometeram neste último mês e meio. É que eles vão deixar de andar na rua. Quando os quiserem ver, vão estar fechados no gabinete e só abrem a porta com marcação de uma audiência…bem, não vos tiro mais tempo. Mas façam-me um favor. Arranjem um furinho na vossa agenda dominical e vão votar.
Pedro Nunes escreve ao domingo, todas as semanas