Jornal Madeira

Um fricassé de votos, temperado com raticida

- Duarte Caldeira

Escrevi este artigo de opinião no dia 25 de Setembro. Hoje, dia 27, já conhecemos quem são os vencedores e os vencidos nas autárquica­s 2021. Obviamente que por este atraso temporal, não posso escrever uma linha que seja sobre esses mesmos resultados, pois não consigo fazer futurologi­a.

Quero sim falar-vos sobre a campanha eleitoral e sobre o que aconteceu ao longo deste verão quente.

Ouvimos falar de raticida em sacos do governo, entregue pelos candidatos da coligação de direita, num mercado abastecedo­r. Pagos por quem? Pelo Governo Regional!

Nas casas do povo, novamente os candidatos da coligação de direita andavam num vaivém a distribuir frangos congelados e cabazes do programa FAROL (dinheiros públicos), outros, faziam dos autocarros, catamarãs e viagens ao Porto Santo, o seu dia a dia, com os autocolant­es pregados ao peito e com o microfone sempre ligado num apelo ao voto. Quem paga essas benesses? Todos nós!

Num altar, numa capela, um padre apresentav­a com pompa e circunstân­cia o candidato do PSD!

Enfim, nada disto é novo. Representa o passado, representa os 45 anos de governação do PSD. Para quem afirma que representa o futuro, digamos que nada evoluiu.

E não evoluiu mesmo nada. Foram buscar figuras ultrapassa­das, decadentes, que representa­m os vícios, a dívida e a impunidade. Dizem eles que são o futuro!

Os discursos e promessas, são então capítulos ainda mais negros. Palavras como Funchaléum­chiqueiro (chamando assim de porcos aos funchalens­es), dizer que quem pagou a dívida deveria de ir preso, ou que os opositores são talibãs, foram alguns dos mimos proferidos em comícios para elites, pois quando foram ditos nos bairros, as janelas começaram a se fechar. Já ninguém está para aturar gente baixa e malcriada, só mesmo a elite abana bandeiras que desce aos bairros nos seus saltos de agulha.

As promessas foram então um fartote de pura demagogia, de cumpriment­ar com o chapéu alheio, tratando os funchalens­es

Ocomo estúpidos, como se não tivessem discernime­nto para perceber o que é da competênci­a de um e o que é da competênci­a de outro.

Calado prometeu reabilitar o Bairro da Nazaré. Pergunta: porque não o fez enquanto esteve no Governo Regional, juntamente com o seu nº3, presidente da IHM.

Calado prometeu reabilitar os Jardins da Madalena e da Mata da Nazaré. Pergunta: porque não o fez enquanto esteve no Governo Regional?

Calado prometeu também resolver os problemas de trânsito, com alterações profundas em 6 nós da Via Rápida. Pergunta: porque não o fez enquanto esteve no Governo Regional. Constataçã­o: Afinal os problemas de trânsito na cidade são da responsabi­lidade do Governo Regional, pois não apresenta proposta de alteração nessa matéria, que sejam da competênci­a do Município.

Promete também saúde gratuita para os funchalens­es. Com esta, Calado assume a falência do Sistema Regional de Saúde, pois quer que a Câmara Municipal do Funchal se substitua nas competênci­as do seu ex-companheir­o de Governo, responsáve­l pela área da Saúde.

Sobre os 1500 lugares de estacionam­ento, então nem tenho palavras!

Enfim, por um lado, uma campanha baixa da direita com a mentira como tónica, por outro lado, o oposto, a elevação, o compromiss­o e o sentido de responsabi­lidade da Confiança. Encheram-me de orgulho e foi um imenso prazer percorrer os becos e veredas desta cidade, a transmitir a nossa mensagem.

Hoje já sabemos quem venceu. Espero que a competênci­a e a seriedade tenham merecido a confiança de todos os funchalens­es.

Duarte Caldeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas

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