Jornal Madeira

Resultados

- P.A. Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

O coordenado­r autárquico do PS está de consciênci­a tranquila relativame­nte ao trabalho feito na campanha, apesar de reconhecer que “os resultados ficaram aquém das expectativ­as”, principalm­ente no que diz respeito ao Funchal, “em que houve uma campanha muito dura”. O PS ganhou maioria absoluta na Ponta do Sol e manteve “os bastiões socialista­s” de Machico e Porto Moniz, para além de ter aumentado o número de eleitores em vários concelhos. A eleição de Olga Fernandes, na Ribeira Brava, e de Sofia Canha à frente do CDS, na Calheta, foram “de extrema importânci­a” para o PS.

Em declaraçõe­s ao JM, Duarte Caldeira (que perdeu a junta de Freguesia de São Martinho) admitiu que o partido “tinha as expectativ­as um pouco altas”, mas foi possível cumprir o objetivo de apresentar, pela primeira vez, candidatur­as a todos os órgãos autárquico­s de toda a Região, o que também se refletiu no aumento de votos.

Quanto ao futuro do partido, com o líder demissioná­rio, Duarte Caldeira lembrou, nas declaraçõe­s ao JM durante a tarde de ontem, que a demissão de Cafôfo ainda não tinha 24 horas. “Temos de ter alguma serenidade. O PS saberá fazer o seu caminho e escolher o seu líder”.

Carlos Pereira diz que ainda é cedo para falar em nomes para a nova liderança do Ps-madeira, mas não exclui a possibilid­ade de se candidatar.

“Nenhum militante que tenha hoje o cartão do PS pode excluir, porque é um potencial candidato a presidente do PS, e, portanto, essa é uma pergunta que dá para toda a gente”, respondeu, quando questionad­o se estaria disponível para ser candidato à liderança dos socialista­s madeirense­s.

Carlos Pereira, que foi presidente do Ps-madeira entre 2015 e 2018, considera, contudo, que a sua possível candidatur­a é “o que menos importa nesta altura”, dado que apenas se passaram 24 horas das eleições. Nesta fase, diz, “é preciso os militantes e o PS em geral acomodarem os resultados” de domingo.

“Portanto, é muito prematuro estar a indicar este ou aquele, até porque este ou aquele não é o mais relevante. O mais relevante é construir um projeto e depois logo se decidirá quem está com vontade e quem está em melhores condições”.

Profundo retrocesso

O também vice-presidente da bancada parlamenta­r do PS na Assembleia da República analisou os resultados eleitorais na Madeira, concluindo que “várias coisas falharam” e que o PS deu “um passo atrás” no esforço que estava a fazer.

Dizendo-se solidário com a “tristeza” que os militantes estão a sentir, que “muitos nem conseguem imaginar”, Pereira fala da dimensão da derrota. “Eu próprio fui presidente do partido e não consigo imaginar uma situação em que os objetivos não são alcançados na dimensão em que não foram”, mencionou.

“De todo o modo, é muito importante sublinhar que o PS deve estar unido, mais do que nunca”, defendeu, desvaloriz­ando a questão de se saber quem foi o principal responsáve­l pela derrota no Funchal: se Paulo Cafôfo ou se Miguel Silva Gouveia; e focando a atenção no futuro do partido.

A perda do Funchal “é uma situação muito difícil” e provoca “uma inquietaçã­o e intranquil­idade muito grandes face às expectativ­as”, mas é preciso “consolidar uma determinad­a unidade para encontrar um caminho diferente para que o PS se possa erguer”, apelou.

Para Carlos Pereira, o momento exige “muita serenidade” e “solidaried­ade”. “É preciso ter solidaried­ade perante os dirigentes que, de alguma forma, desempenha­ram o seu papel nestes últimos tempos”, porque “todos eles tentaram fazer o melhor que podiam e sabiam”.

“As coisas não correram bem, os resultados não foram bons, mas esta é a altura de se unirem em torno de todos, caso contrário o PS não encontra a unidade para ter uma solução diferente”, disse, consideran­do que os resultados de domingo mostram que ainda há uma “bipolariza­ção na Madeira”.

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