Jornal Madeira

“Não é para haver uma onda de fundo que me leve seja lá onde for”

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Paulo Cafôfo afastou ontem a possibilid­ade de vir a ser o candidato do PS à presidênci­a do Governo Regional em 2023.

O JM questionou diretament­e o líder demissioná­rio socialista perante os rumores em certos círculos de que poderia voltar em 2023 para concorrer à presidênci­a do Governo Regional, e Paulo Cafôfo respondeu: “A minha decisão de saída [da liderança] do PS e da Assembleia regional é precisamen­te para poder estar fora desta equação. Aquilo que eu desejo é que o PS possa encontrar, neste novo ciclo, uma nova liderança, que depois prepare o processo das eleições regionais com o candidato que se achar mais convenient­e. Eu acabei de sair, e, portanto, isto não é para haver uma onda de fundo que me leve seja lá onde for. Aquilo que vou continuar a fazer é a minha função enquanto líder do PS, nesta fase de transição, onde darei o meu melhor”.

A declaração do líder demissioná­rio do Ps-madeira surgiu à margem da Comissão Política, que ontem esteve reunida no Funchal para analisar os resultados eleitorais de 26 de setembro.

Aos jornalista­s, Paulo Cafôfo disse “não ter culpa direta” nos resultados de domingo, que causaram uma hecatombe na coligação Confiança, liderada por Miguel Silva Gouveia, consideran­do que a “pandemia” influencio­u “diretament­e” o resultado eleitoral, particular­mente no Funchal, mas também a existência de um novo candidato (Miguel Gouveia) causou “alguma perturbaçã­o”.

“Apesar de considerar que não tenho culpa direta nestes resultados, a verdade é que assumo integralme­nte essa responsabi­lidade”, disse, ontem, aludindo à decisão anunciada na noite eleitoral de deixar os cargos de presidente do PS e de deputado na Assembleia Legislativ­a da Madeira, depois da perda da capital madeirense para o PSD/CDS ao fim de oito anos.

O líder demissioná­rio clarificou ainda que se manterá na presidênci­a até à realização do congresso regional extraordin­ário, “para não deixar um vazio de poder” no partido e assegurar que haja uma “transição pacífica para uma nova liderança”.

Paulo Cafôfo sublinhou também que não está a “virar as costas ao partido” nem “a abandonar o barco”, pois irá continuar “militante ativo”. “São tempos diferentes, é verdade, mas não desisto da minha terra”, atirou.

Sobre a realização do congresso regional, o líder demissioná­rio disse não haver “pressa”. “Vamos ter uma Comissão Regional e só nessa Comissão Regional é que vamos estabelece­r um calendário”, mencionou, consideran­do ser “prematuro” avançar com uma possível data.

Relativame­nte à possibilid­ade de Célia Pessegueir­o avançar para a corrida à liderança, respondeu que “felizmente o PS tem bons quadros”, como se viu “nas listas de candidatos” das autárquica­s, onde surgiram escolhas com “boa formação pessoal e técnica”.

“Aquilo para que não vou contribuir é para discutir a sucessão da minha liderança na praça pública”, ressalvou, admitindo, contudo, que Célia Pessegueir­o “é uma excelente presidente de Câmara, tem muita experiênci­a política e é um ativo muito importante para o PS”.

AP

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Paulo Cafôfo diz que congresso não será feito à “pressa”.

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