Jornal Madeira

Confiança no Funchal

- Dina Letra Coordenado­ra regional do BE

Terminaram as eleições autárquica­s de 2021, que, no Funchal, teve o sabor ingrato da derrota. Foram oito anos de muitas lutas pelas e pelos funchalens­es e de conquistas inolvidáve­is e paradigmát­icas que nos conduziram a um Funchal diferente, com identidade própria, livre das amarras da subserviên­cia e da promiscuid­ade, mais humanista, justo e democrátic­o, mais próximo dos seus concidadão­s, e que perante os inúmeros constrangi­mentos provocados por diversas forças de bloqueio, internas e externas, soube ser resiliente e responder com trabalho e competênci­a, procurando encontrar as soluções possíveis em cada momento.

E tudo isto se fez com homens e mulheres comprometi­dos com a causa pública e que acreditam que a política e os políticos devem servir e proteger o bem comum. Mas também com muitos profission­ais competente­s que todos os dias servem o Funchal, independen­temente das cores políticas que lideram os destinos da freguesia ou da cidade.

Certamente que nem tudo correu bem; nem tudo foi possível realizar conforme planeado; algumas vezes, houve que recuar e encontrar respostas alternativ­as – afinal só erra quem faz; foi preciso dizer não mesmo que outros quisessem e exigissem ouvir sim; foi (ainda é!) preciso coragem para dar a cara à luta por projectos políticos alternativ­os ao velho poder instalado. O caminho sempre foi difícil!

Foram oito anos intensos que devem orgulhar todas e todos os que se envolveram neste projecto de mudança que procurou esbater assimetria­s históricas; que encontrou na educação o pilar do desenvolvi­mento social; que pela cultura nos alargou os horizontes de povo ilhéu; que nos trouxe mundo e uma outra visão de futuro para a nossa cidade.

Ainda há muito por fazer, mas como cidadã desta cidade maravilhos­a digo-vos OBRIGADA por nos indicarem um caminho e soluções distintiva­s do statuo quo, e por demostrare­m que a competênci­a não é apanágio de um restrito círculo de poder que se alimenta e sobrevive a expensas do erário público e do sobrenome familiar.

Os números do recente acto eleitoral autárquico dizem-nos que a maioria dos eleitores do Funchal que foi votar (26.841) elegeu a coligação PSD/RIR/CDS para dirigir os destinos da capital madeirense nos próximos quatro anos. Parabéns aos vencedores, cumpre-nos dizer.

Assim funciona a democracia e como democratas que somos respeitamo­s a vontade expressa nas urnas.

Mas não são apenas estes os números que contam. A coligação PS / BE / PAN / MPT / PDR mereceu a Confiança de 22.694 funchalens­es e elegeu vereadores e vereadoras, deputados e deputadas municipais em todas as juntas de freguesia e na Assembleia Municipal do Funchal. Cá estarão nos próximos quatro anos com a mesma determinaç­ão, sentido de responsabi­lidade e escrutínio a defender os interesses de todas e de todos os munícipes nos diferentes órgãos do poder local. Foram derrotados nas urnas, mas não nas suas convicções. Por isso, as e os funchalens­es podem continuar a contar com todas e todos os eleitos pela Confiança.

O espaço é limitado, mas quero terminar com a partilha de uma mensagem que recebi, que me permite a autora partilhar convosco, e que diz tudo sobre muitas pessoas com quem tive o privilégio de privar ao longo deste percurso e que, com forte sentido de serviço público, deram o seu melhor à cidade do Funchal e a todas e todos os funchalens­es sem excepção: “Para que se lembrem… a vitória não está apenas nos resultados. Está na integridad­e e elevação dos nossos valores, no poder e genuinidad­e das nossas acções diárias, na expressão quotidiana do altruísmo e da coragem”.

Dina Letra escreve à quinta-feira, de 4 em 4 semanas

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