Escassez de combustível no Reino Unido
Londres vive uma situação crónica que resulta de uma combinação de fatores e não apenas do Brexit.
O Governo britânico garante que o abastecimento dos postos de combustíveis está a normalizar e que 150 militares vão conduzir camiões-tanques “dentro de dias”, mas muitas pessoas na capital britânica continuam a sentir dificuldades que afetam a sua vida e os seus negócios.
A escassez de combustíveis em bombas de gasolina no Reino Unido registada nos últimos dias é uma consequência da falta de camionistas, uma situação crónica que resulta de uma combinação de fatores e não apenas do 'Brexit’.
O alarme foi dado ainda no início de junho pela Associação de Transporte Rodoviário britânica [Road Haulage Association, RHA], quando urgiu o Governo a atuar perante o “nível de crise” que começava a observar-se.
"A recuperação da covid-19 está a aumentar a procura nas cadeias de abastecimento, o impacto já está a ser sentido (…). A recuperação está a agravar a escassez já existente”, alertava.
Em agosto, começou a ser noticiada a falta de produtos, como batidos de leite na cadeia de ‘fast food' Mcdonald’s, enquanto a Nando’s fechou alguns dos seus restaurantes por falta da principal matéria prima da rede de restaurantes especializada em frango.
Nos supermercados britânicos, há várias semanas que é comum encontrar prateleiras vazias devido aos problemas de logística de transportes.
Antes da pandemia, a RHA estimava faltarem cerca de 60.000 condutores de pesados no Reino
Unido, mas atualmente calcula que o número se aproxime dos 100.000.
O Reino Unido não é um caso único, e a preocupação é partilhada por outras organizações internacionais, como a International Road Transport Union (IRU), associação mundial do setor.
A Transport Intelligence publicou recentemente um estudo que identifica a Polónia como o país com mais vagas por preencher neste setor, quase 124.000, enquanto na Alemanha se aproximam de 50.000 e em França de 43.000.