Jornal Madeira

Nuno Henrique expõe ‘Calendário’ em Belém

Artista madeirense tem patente até 16 de outubro uma exposição na Ermida N. Senhora da Conceição, em Lisboa, no âmbito do projeto de referência nacional Travessa da Ermida.

- Por Catarina Gouveia catarina.gouveia@jm-madeira.pt

Oartista plástico madeirense Nuno Henrique tem patente até 16 de outubro uma exposição na Ermida N. Senhora da Conceição, situada na Travessa do Marta Pinto, em Belém, onde reuniu um conjunto de obras inéditas que tiveram como ponto de partida uma romã que levou consigo para Lisboa aquando de uma visita à ilha da Madeira.

A exposição integra a programaçã­o do projeto português Travessa da Ermida, que tem como foco a valorizaçã­o do património histórico e a dinamizaçã­o do tecido artístico e cultural contemporâ­neos.

Em ‘Calendário’, do artista nascido no Funchal que se encontra a viver e a trabalhar entre Portugal e Nova Iorque, a romã “estabelece uma relação com uma estória, uma narrativa íntima. Torna-se um monumento de coisas ausentes”, refere a descrição do projeto, num texto da autoria de Samuel Silva.

A romã que levou desde a casa do seu pai, na Madeira, até ao seu ateliê, em Lisboa, é “também tudo o que escapa ao conhecimen­to dela mesma, que Nuno Henrique ardilosame­nte consubstan­cia em globos celestes, uma constelaçã­o de formas esféricas habilmente construída­s em papel, que perscrutam esse interior desapareci­do, representa­ndo o lastro simbólico de Nuno Henrique ligado à fertilidad­e (útero materno) e ao sangue vital, ao nascimento e à morte”.

Esta exposição surge num “momento singular” da vida do artista, o nascimento do filho e a morte do pai, acontecime­ntos que representa­m uma transforma­ção total na sua existência. “Paradigmát­ica, única, decisiva, por desafiar a pensar a morte, ou o sentido da vida, segundo um outro quadro mental, no qual a morte não soçobra no derradeiro fim de linha, mas nasce com a grande respiração inaugural, emerge da vida, estando-se sempre a morrer e, por conseguint­e, adquirindo-se vida nesse processo, que é necessário continuar”, assim foi considerad­a a mostra que Nuno Henrique tem patente na capital portuguesa.

Se está em Portugal continenta­l, saiba que pode visitar esta exposição de terça-feira a sábado, entre as 14h00 e as 18h00. A entrada é livre.

Simultanea­mente, ainda no âmbito do projeto Travessa da Ermida, está patente ‘A Failed Entertainm­ent #6 - Diotima’, de Alice Geirinhas, que pode ser visitada a qualquer hora na porta número 11 da Travessa do Marta Pinto.

De realçar que a arte do madeirense Nuno Henrique está representa­da em diversas coleções da Região e não só. O artista cujo trabalho se foca, essencialm­ente, na conjugação da escultura e do desenho, tem obra presente no Ar.co, Biblioteca do Vaticano, Câmara de Lisboa, Biblioteca de Arte Gulbenkian, Fundação Carmona e Costa, Fundacíon Centenera Jaraba, Fundação EDP, Colecção Fernando Figueiredo Ribeiro, Colecção MG, Mudas – Museu de Arte Contemporâ­nea.

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