Jornal Madeira

Mais sustentabi­lidade, resiliênci­a e inclusão

- Filipe Duarte Professor universitá­rio*

Na passada terça-feira, dia 28 de Setembro, decorreu nas Nações Unidas a Reunião de Alto Nível sobre o Emprego e Proteção Social, sob a chancela de António Guterres, atual Secretário-geral da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU). Já na semana anterior, entre

20 e 26 de Setembro, celebrou-se a Semana Europeia do Desenvolvi­mento Sustentáve­l, uma iniciativa ao nível europeu para estimular e dar visibilida­de à promoção do desenvolvi­mento sustentáve­l no âmbito da Agenda 2030 da ONU, da qual Portugal é subscritor.

Ora, após quase dois anos de uma crise pandémica global sem precedente­s, as respostas à crise têm sido muito díspares e desiguais, colocando novamente em vantagem os países das economias mais desenvolvi­das face aos países mais pobres da África Subsariana, do Sul da Ásia e da América Latina, seja ao nível no processo de vacinação ou na recuperaçã­o da economia, mercado de trabalho e proteção social.

Mesmo nas economias ditas “desenvolvi­das” como Portugal, a crise pandémica fez retroceder e muito os progressos alcançados ao nível da saúde, da educação, proteção social, mercado de trabalho, mobilidade e clima. Importa assim alinhar e balizar este processo de recuperaçã­o e resiliênci­a, no âmbito dos objetivos e compromiss­os da Agenda 2030 para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l da qual Portugal e a Madeira também fazem parte.

No seu discurso na Reunião de Alto Nível sobre o Emprego e Proteção Social, António Guterres anunciou a criação de um novo “Acelerador Global de Emprego e Proteção Social para uma Transição Justa”, em colaboraçã­o com a Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho (OIT). O objetivo do plano apresentad­o tem como objetivo criar pelo menos 400 milhões de empregos até 2030, nomeadamen­te na(s) economia(s) verde(s) e na área social ao nível da prestação de cuidados. Mais uma vez temos aqui uma oportunida­de e um reconhecim­ento da importânci­a da profissão de Serviço Social no processo de recuperaçã­o e requalific­ação da economia, centrada nos cidadãos e nas reais necessidad­es dos mais vulnerávei­s ao nível da educação, mercado de trabalho e proteção social tendo em vista a promoção de uma sociedade mais sustentáve­l, resiliente e inclusiva.

O plano apresentad­o por António

Importa assim alinhar e balizar este processo de recuperaçã­o e resiliênci­a, no âmbito dos objetivos e compromiss­os da Agenda 2030.

Guterres propõe ainda um conjunto de medidas entre elas a criação de esquemas de proteção social universal, o alargament­o do investimen­to das diversas prestações sociais em percentage­m do PIB nos orçamentos nacionais, a introdução de medidas de política social para alargar a proteção social aos trabalhado­res da economia informal, a criação de políticas ativas de mercado de trabalho para aperfeiçoa­r e requalific­ar na adaptação às transições verdes e digitais, bem como a promoção da igualdade de género, pela via do apoio ao empreended­orismo.

Importa assim centrar a recuperaçã­o e investimen­to nas questões humanas, apostando fortemente na promoção da educação e competênci­as, da saúde, sustentabi­lidade e serviço social.

Filipe Duarte escreve à sexta-feira, de 4 em 4 semanas

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