Rio quer demissão de quem colocou CEMA na praça pública
Para Rui Rio, o responsável pela divulgação dessa informação “contribuiu para o desprestígio das Forças Armadas. Por isso, considera que “tem de se demitir”.
O presidente do PSD pediu ontem a demissão de “quem colocou na praça pública” o tema da demissão do atual Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA) e sua substituição pelo vice-almirante Gouveia e Melo.
No final da reunião da bancada do PSD, Rui Rio foi questionado sobre a polémica que tem marcado os últimos dois dias e considerou “inadmissível” que essa matéria tenha vindo a público e “injusto” para o ex-coordenador da ‘task force’ da vacinação.
“Quem colocou isto na praça pública, uma vez percebido quem foi, esse tem de se demitir”, defendeu, dizendo não ter essa informação, mas admitindo que o Presidente da República já a tenha.
Questionado se estava a pedir a demissão do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, Rio reiterou não saber quem foi o responsável pela antecipação da notícia.
“Se foi o ministro da Defesa que colocou… Se não foi o ministro da Defesa que colocou, estou a pedir a demissão de quem colocou. Quem o fez é inadmissível”, respondeu.
Para Rui Rio, o responsável pela divulgação dessa informação “contribuiu para o desprestígio das Forças Armadas, numa altura em que as Forças Armadas saíram altamente prestigiadas com a atuação muitíssimo positiva” do vice-almirante Gouveia e Melo na coordenação da vacinação contra a covid-19.
“As Forças Armadas não mereciam que este assunto tivesse sido colocado na praça pública como foi, quem se antecipou e veio dar a notícia de que o CEMA ia sair e ia entrar o vice-almirante Gouveia e Melo prestou um mau e um injusto serviço”, afirmou, dizendo que a demissão do CEMA também carece de uma explicação, depois de o PSD já ter pedido a audição parlamentar urgente do ministro da Defesa.
Questionado, na sequência da reunião na quarta-feira à noite entre primeiro-ministro e Presidente da República, se pode estar em causa o regular funcionamento das instituições, Rio não respondeu diretamente.
“Admito que o senhor Presidente da República neste momento já saiba quem colocou a notícia na praça pública uma matéria que não pode ser discutida assim. Eu não sei quem colocou, quem colocou com intenções táticas tem de se responsabilizar por isso”, reiterou.
Recorde-se que nos termos da lei orgânica das Forças Armadas, os chefes dos ramos são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, que deve ser precedida da audição, através do ministro da Defesa Nacional, do chefe do Estado-maior das Forças Armadas.