Jornal Madeira

Fatores externos na origem de metade das mortes na estrada

O álcool e as drogas podem ter estado na origem de mais de metade das sete mortes registadas em 2021 nas estradas da Madeira. Cinco dos cadáveres tinham álcool ou substância­s psicotrópi­cas no organismo.

- Por Paulo Graça paulo.graca@jm-madeira.pt

No primeiro semestre já foram investigad­os 56 condutores (intervenie­ntes em acidentes) com álcool e 24 com substância­s psicotrópi­cas.

O Gabinete de Medicina Legal e Forense (GMLF) da Madeira já realizou três autópsias para determinar a taxa de álcool no sangue em vítimas mortais em acidentes de viação na Madeira, apenas no 1.º semestre deste ano. Estes dados foram cedidos ao JM pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), que referiu existirem, em 2021, duas vítimas mortais onde no corpo foram encontrada­s substância­s psicotrópi­cas.

Até agora, já morreram sete pessoas nas estradas da Região: uma delas devido a um atropelame­nto, as restantes seis devido a colisões ou despistes rodoviário­s.

Estes casos acabam por ser conduzidos para investigaç­ão pelo Ministério Público (MP), já que estas mortes são considerad­as violentas por serem resultado, direta ou indiretame­nte, da ação de uma causa externa.

Por isso, cabe ao Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses investigar a ligação de causalidad­e médico-legal para o MP determinar a ligação do álcool com os trágicos resultados dos acidentes de viação.

Mas, não é só os exames de quantifica­ção da taxa de álcool no sangue nas vítimas mortais em acidentes de viação que determinam as causas. Também há as drogas, incluindo aquela que é a medicação feita por utentes com doenças crónicas ou graves. Estes exames fazem parte das substância­s psicotrópi­cas que determinam também as causas dos acidentes rodoviário­s com vítimas mortais.

Morfina detetada

No rastreio e confirmaçã­o de substância­s psicotrópi­cas em vítimas mortais de acidentes de viação, o Gabinete de Medicina Legal da Madeira realizou duas intervençõ­es desse tipo, onde as vítimas mortais acabaram autopsiada­s. Ou seja, no total são um terço dos casos em que indivíduos foram vítimas mortais e que estariam, alegadamen­te, sob o efeito de uma droga qualquer, podendo ser morfina, esta que é a substância mais encontrada nos exames que são realizados aos intervenie­ntes de acidentes rodoviário­s sem vítimas mortais.

Só em 2021, o Gabinete de Medicina Legal e Forense (GMLF) da Madeira já detetou 24 casos de condutores que, no âmbito do Código da Estrada, foram intervenie­ntes na sinistrali­dade.

E, aqui, é onde os valores são mais elevados e em sentido contrário aos dados estatístic­os para as vítimas mortais. Por exemplo, os intervenie­ntes em acidentes de viação que são alvo de fiscalizaç­ão por parte da Polícia de Segurança Pública e do Ministério Público tiveram um terço do resultado de todo o ano de 2020.

Os casos onde os condutores são, por exemplo, intervenie­ntes em acidentes rodoviário­s e, posteriorm­ente, alvo de investigaç­ão por parte das autoridade­s judiciais e judiciária­s já são 56, ao nível do álcool, e 24 nos casos das substância­s psicotrópi­cas.

No ano passado, 174 casos de condutores e outros intervenie­ntes em acidentes de viação foram sujeitos a testes e exames na medicina legal e acusaram álcool no sangue na altura do acidente.

Ao nível das drogas, o caso passa para os 81 condutores que tinham substância­s psicotrópi­cas.

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