Muro da Esperança à moda da pandemia
Já com algum público, em maior número do que em 2020, certamente menos do que aquilo a que a Madeira se habituou, facto é que o mural lá se encheu de cor num dia em que os protagonistas foram as crianças.
Este momento, transmitido por uma criança, tem um significado especial.
Flores de todas as cores esperavam – na manhã de ontem – a chegada de miúdos e graúdos, incumbidos de cobrir o verde (cor premonitória) que revestia o Muro da Esperança. Quem ontem se deslocou à Praça do Município, no Funchal, a fim de depositar uma flor no mural, deparou-se com um pequeno vislumbre dos anos anteriores à pandemia, sobretudo pela presença de turistas e, claro, pela alegria, ainda que tímida, a pairar no ar. Sinal inequívoco de uma evolução, ainda que ligeira, face ao ano de 2020. Ainda assim, longe das enchentes de anos anteriores, as crianças que foram chegando a conta gotas e, acompanhadas pelos pais em vez da habitual reunião massiva de grupos escolares, lá foram escolhendo a cor que preferiam e, pé ante
Eduardo Jesus
pé, depois de colocarem a sua gerbera, lá posaram para a foto. À entrada, um elemento da organização segurava um cesto pejado de flores que, à semelhança do que aconteceu no ano passado, foram oferecidas aos participantes pela Direção Regional de Turismo.
Os sons, esses, ecoavam das ruas adjacentes e, de lá, ia emergindo mais público, essencialmente o de palmo e meio que, todos os anos, cumpre escrupulosamente a tradição que, desde 1979, integra as celebrações da Festa da Flor.