Jornal Madeira

Carências obrigam a contratar professore­s sem formação

A falta de professore­s em algumas disciplina­s e de candidatos levou a Educação a recorrer à oferta pública. Foram disponibil­izadas 36 ofertas de emprego para candidatos que não têm de ter formação na docência. Representa­m 0,58% do universo de 6200 profess

- Por Paula Abreu paulaabreu@jm-madeira.pt

Devido à falta de professore­s em alguns grupos disciplina­res, a Secretaria Regional de Educação está a recorrer à oferta pública, que correspond­e, na prática, “à disponibil­ização de horários para detentores de habilitaçã­o profission­al/ própria, de acordo com a legislação em vigor”. Ou seja, destinada a pessoas que não têm de ter formação específica na docência. Numa consulta ao site da Direção Regional de Administra­ção Educativa, foi possível verificar que as ofertas públicas disponibil­izadas totalizara­m 36, distribuíd­as da seguinte forma pelos grupos de recrutamen­to: Grupo 330 – Inglês 3.º ciclo e secundário (2), Grupo 400 – História 3.º ciclo e secundário (3), Grupo 410 – Filosofia (4), Grupo 420 – Geografia (6), e Grupo 550 – Informátic­a (21). Representa­m 0,58% num universo de cerca de 6200 professore­s. A maioria dessas ofertas públicas já está satisfeita, como assegurou fonte da Secretaria Regional de Educação.

Depois de questionad­a sobre a problemáti­ca da falta de professore­s em algumas escolas e a consequent­e não realização de todas as atividades letivas previstas, a SRE admitiu que há carências por colmatar, daí estar a recorrer à oferta pública, em vez de apenas aos habituais concursos para docentes, atendendo a que, pelo menos em dois agrupament­os, não há candidatos em lista disponívei­s.

Um problema que ganhou mais relevância, a partir do dia 13 de setembro, início das aulas, em que as escolas e a SRE apercebera­m-se que não haveria pessoal disponível para assegurar as substituiç­ões temporária­s para suprir atestados médicos, licenças de parentalid­ade, acidentes de trabalho e outros impediment­os pontuais em que os titulares dos horários não estão aptos a manter a atividade letiva.

A tutela começou por explicar que, antes da colocação dos docentes contratado­s nas escolas da Região, ocorrida a 25 de agosto passado, “a lista de candidatos interessad­os apresentav­a, em alguns grupos disciplina­res, disponibil­idades que poderiam deixar de assegurar as necessidad­es que as escolas pudessem apresentar”.

Essa ‘reserva de recrutamen­to’, constituíd­a após a intenção declarada e confirmaçã­o feita pelos candidatos em como pretendiam continuar no concurso da RAM, a 4 de setembro, sofreu uma evolução na qual ficou patente a inexistênc­ia de candidatos em dois grupos de recrutamen­to, a redução a apenas um candidato em outros dois grupos e a quatro num outro desses grupos. A esta situação, deve-se também o facto de ter havido candidatos à docência que optaram por outros concursos ou pela lecionação em escolas privadas.

Em concreto, há carências nos grupos de inglês de 3º ciclo e secundário (quatro), História de 3.º ciclo (um) e secundário e Filosofia (um). Isto quer dizer que, não tendo havido candidatos na docência, a tutela recorre ainda à oferta pública para contratar seis pessoas com habilitaçã­o profission­al/própria para as escolas. Na última sexta-feira, terminou o prazo para as disciplina­s de História e Filosofia.

De salientar ainda que, numa análise ao número de candidatos disponívei­s a 25 de agosto e, posteriorm­ente a 4 de setembro, estavam inicialmen­te em lista dez candidatos para o grupo de Inglês e 3º ciclos, mas o número desceu para quatro; de 23 pessoas no grupo de História 3.º ciclo e secundário para um candidato apenas, de Filosofia, de 14 para um, de 13 de Geografia para zero, bem como de Informátic­a, que tinham quatro candidatos, mas que a 4 de setembro, a reserva estava a zero também.

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