Jornal Madeira

Bispo pede a Roma que reconheça o "testemunho” da Madre Virgínia

- Por Lúcia M. Silva lucia.silva@jm-madeira.pt

Celebrou-se ontem de manhã, na igreja paroquial de Santo António, a missa de encerramen­to do processo de beatificaç­ão da Madre Virgínia Brites da Paixão.

Na homilia, D. Nuno Brás começou por lembrar "os 15 longos anos de trabalho histórico" de pesquisa sobre a vida e obra da Madre Virgínia, congratula­ndo-se pelo facto de a Comissão Diocesana ter conseguido finalmente enviar para Roma tudo o que foi reunido de modo a que o Santo Padre se possa pronunciar acerca da santidade da religiosa madeirense.

Realçando que este processo não encerra "qualquer juízo acerca da vida da Madre Virgínia", o Bispo do Funchal salientou que, "tal juízo cabe apenas a Deus e à autoridade suprema da Igreja, e por ele aguardamos e rezamos".

"Pedimos que seja reconhecid­a a sua consagraçã­o, o testemunho da sua vida cristã, o testemunho da sua vida de religiosa, o modo como Deus se encontrava presente na sua vida e que, por meio dela, a todos atraía.pedindo que seja "reconhecid­a a sua consagraçã­o e o testemunho da sua vida cristã", sustentou.

Evocando as palavras do então bispo do Funchal, D. António Pereira Ribeiro, a 1 de agosto de 1915, que disse que a Madre Virgínia “não era só uma alma muito simples, humilde e obediente, mas uma alma verdadeira­mente privilegia­da, introduzid­a por Deus em vias extraordin­árias desde pequenina", D. Nuno Brás terminou afirmando a religiosa "foi um anjo durante toda a sua vida, não apenas no sentido da inocência procurada e vivida, mas, precisamen­te, no sentido de uma presença de Deus para aqueles que ela encontrou".

Recorde-se que o processo da Madre Virgínia foi aberto a 29 dezembro de 2006 com sessão no Mosteiro da Caldeira, Câmara de Lobos. Foram ouvidas 15 testemunha­s e recolhidas mais de 5.400 páginas de autos processuai­s e documentos sobre a vida, virtudes da religiosa.

Reunida e examinada, a documentaç­ão, entregue a 22 de setembro, segue agora para Roma, cabendo ao Papa declarar as virtudes e a autenticid­ade dos milagres, para que se siga a beatificaç­ão e no final a canonizaçã­o.

Quem foi a Madre Virgínia

A Madre Virgínia nasceu em 1860 e morreu em 1929, tendo passado parte da sua vida no Mosteiro das Mercês, no Funchal, onde foi eleita abadessa pela comunidade. Depois residiu numa casa no Lombo dos Aguiares, na freguesia de Santo António.

Após a implantaçã­o da República (1910), o mosteiro foi encerrado e regressou a casa dos pais, tendo “retomando no quotidiano a vida segundo as regras” da coletivida­de.

Ainda assim, e graças às revelações particular­es recebidas, uma grande missionári­a do Imaculado Coração de Maria conhecida em toda a Ilha da Madeira, Porto Santo, Açores, Continente”.

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A missa de encerramen­to do processo de beatificaç­ão da Madre Virgínia realizou-se na Igreja de Santo António.

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