Jornal Madeira

Variáveis regionais condiciona­m

Segundo o Conselho das Finanças Públicas, o défice tomba para 2,4% do PIB em 2022 em função de uma folga que permite negociar o OE. Jorge Veiga França, presidente da ACIF, admite que convém perceber se a Região tem margem orçamental para isso.

- Por Romina Barreto romina.barreto@jm-madeira.pt

“O ano de 2020 foi duríssimo para a nossa economia e não terá sido pior se não fosse o esforço atingido ao longo dos anos de 2019 e anteriores no sentido do controlo e da redução do défice.”

2,4%

Em causa está uma sobra de 1.800 milhões para negociar o Orçamento de Estado (OE) para 2022, onde se inclui a previsão de uma diminuição do défice. Neste caso, para 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Uma previdênci­a que, efetivando-se, confere margem de manobra para encetar acordos com a oposição. Porém, a questão não é assim tão simples, isto porque, note-se, o quadro muda de figura se nos reportarmo­s ao nível regional.

Ora, de facto, “existe uma margem para negociar com a oposição o OE para 2022”, confirma o presidente da ACIF, Jorge Veiga França, aditando que, primeirame­nte, importa saber “se existe cá [na Madeira] margem orçamental e qual a meta definida pelo governo para o défice”.

Dois pesos, duas medidas

Na ótica do dirigente, há que ter noção da existência de duas realidades distintas no tecido empresaria­l português, dividido, desta forma, entre o regional e continenta­l. Assim, as especifici­dades da economia insular, explana, pouco têm a ver com a realidade nacional. “Não são necessaria­mente semelhante­s às que proclamara o tecido empresaria­l nacional, mais propriamen­te o continenta­l”.

Decisões para breve

Ao Jornal, Veiga França afiançou ainda que Rogério Gouveia, secretário regional das Finanças, já pediu para reunir com o ministro do Planeament­o. Encontro, refere, passível de trazer novidades. Em cima da mesa, serão abordados temas como este estabelece­ndo-se, entretanto, alguns pontos. Nomeadamen­te saber em “que áreas o setor empresaria­l poderá aceder aos 135 milhões” do PRR, tal como perceber em que circunstân­cias será feito o acesso a esse fundo. Mais aspetos devem ser devidament­e acautelado­s, “como assegurar que isso acontece e as áreas que, quer em matéria de resiliênci­a, quer no que respeita à transição digital ou a transforma­ção climática, poderão contemplar projetos como os que em seu tempo e a esse propósito tornamos públicos como sendo mais apetecívei­s face à nossa realidade económica”, informa.

Entretanto, chama a atenção para a importânci­a “de estarmos preparados e sintonizad­os a nível regional (setor público, nomeadamen­te governo, poder autárquico e empresas) com a maquina perfeitame­nte oleada para, não só assegurarm­os que poderemos beneficiar sem riscos de falta de tempo ou de capacidade de acesso, ou mesmo de enquadrame­nto, nos programas que vão sendo lançados ao nível nacional, no âmbito dos quais ficou previsto o acesso do nosso tecido empresaria­l”.

Estas e outras questões serão abordadas esta semana entre a

Jorge Veiga França,

ACIF e o Governo Regional através da secretaria das Finanças liderada por Rogério Gouveia, que já deixou, de antemão, a promessa de voltar a reunir com a ACIF entre a segunda e terceira semana de outubro para discutir o Orçamento Regional.

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CONTAS do Conselho das Finanças Públicas dão conta que o défice cai para 2,4% do PIB no próximo ano.
O dirigente revelou ao Jornal que GR e ACIF deverão reunir em meados de outubro. Em cima da mesa estará o OE. presidente da ACIF CONTAS do Conselho das Finanças Públicas dão conta que o défice cai para 2,4% do PIB no próximo ano.

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