Falta de professores caminha para “situação dramática”
Face à “situação dramática” da falta de professores em várias disciplinas nas escolas da Região, o PS recomendou ao Governo Regional que avance com a assinatura de protocolos com a Universidade da Madeira (UMA) no sentido de promover a criação de cursos superiores via ensino com estágios assegurados, com apoios do orçamento regional.
No arranque da III sessão legislativa da XII legislatura da Assembleia Regional, naquela que foi a primeira reunião com a presença de 47 deputados desde a chegada da pandemia, o deputado Rui Caetano, ocupando agora a liderança do grupo parlamentar do PS, acusou o Governo Regional de atirar as responsabilidades para os outros e “não apresentar uma estratégia para colmatar as faltas já existentes”.
O plenário foi concordante no reconhecimento de que existe um problema, incluindo PSD/CDS, que acredita, contudo, que a situação não assume a gravidade do que se verifica no panorama do País, no qual se calcula que mais de 50 mil alunos ainda se encontrem à espera de professor, porque “o Governo Regional sempre reconheceu a importância dos seus professores”, sublinhou o deputado Válter Correia (PSD).
Na visão do parlamentar social-democrata, o projeto de resolução do PS “não é mais do que uma tentativa de imputar à Região uma responsabilidade que é do Estado”, uma estratégia com a qual a ALRAM “não pode pactuar”. Recusa que a Região se deva responsabilizar com o financiamento da formação de professores quando a República, no que concerne a diversas pastas para lá da
Educação, “não cumpre as suas responsabilidades para com a Madeira”.
Na discussão do projeto de resolução, Lopes da Fonseca (CDS) considerou que em todo o País se assiste “constantemente a um não reconhecimento do mérito dos professores” e que a política educativa do Governo da República “tem sido verdadeiramente um fracasso”.
Pelo JPP, Paulo Alves mostrou-se favorável ao projeto de resolução do PS, admitindo estar preocupado com a situação que, a seu ver, deriva da falta de valorização das carreiras docentes. Já o comunista Ricardo Lume salientou que a esta problemática se acresce o facto “inaceitável” de que ainda existam na Região professores com vínculo precário.