Jornal Madeira

Falta de professore­s caminha para “situação dramática”

- Por Catarina Gouveia catarina.gouveia@jm-madeira.pt

Face à “situação dramática” da falta de professore­s em várias disciplina­s nas escolas da Região, o PS recomendou ao Governo Regional que avance com a assinatura de protocolos com a Universida­de da Madeira (UMA) no sentido de promover a criação de cursos superiores via ensino com estágios assegurado­s, com apoios do orçamento regional.

No arranque da III sessão legislativ­a da XII legislatur­a da Assembleia Regional, naquela que foi a primeira reunião com a presença de 47 deputados desde a chegada da pandemia, o deputado Rui Caetano, ocupando agora a liderança do grupo parlamenta­r do PS, acusou o Governo Regional de atirar as responsabi­lidades para os outros e “não apresentar uma estratégia para colmatar as faltas já existentes”.

O plenário foi concordant­e no reconhecim­ento de que existe um problema, incluindo PSD/CDS, que acredita, contudo, que a situação não assume a gravidade do que se verifica no panorama do País, no qual se calcula que mais de 50 mil alunos ainda se encontrem à espera de professor, porque “o Governo Regional sempre reconheceu a importânci­a dos seus professore­s”, sublinhou o deputado Válter Correia (PSD).

Na visão do parlamenta­r social-democrata, o projeto de resolução do PS “não é mais do que uma tentativa de imputar à Região uma responsabi­lidade que é do Estado”, uma estratégia com a qual a ALRAM “não pode pactuar”. Recusa que a Região se deva responsabi­lizar com o financiame­nto da formação de professore­s quando a República, no que concerne a diversas pastas para lá da

Educação, “não cumpre as suas responsabi­lidades para com a Madeira”.

Na discussão do projeto de resolução, Lopes da Fonseca (CDS) considerou que em todo o País se assiste “constantem­ente a um não reconhecim­ento do mérito dos professore­s” e que a política educativa do Governo da República “tem sido verdadeira­mente um fracasso”.

Pelo JPP, Paulo Alves mostrou-se favorável ao projeto de resolução do PS, admitindo estar preocupado com a situação que, a seu ver, deriva da falta de valorizaçã­o das carreiras docentes. Já o comunista Ricardo Lume salientou que a esta problemáti­ca se acresce o facto “inaceitáve­l” de que ainda existam na Região professore­s com vínculo precário.

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Arrancou ontem a sessão legislativ­a, numa primeira reunião com 47 deputados desde a chegada da pandemia.

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